
Queridos leitores de Cartas Gospel,
Ao refletir sobre as informações apresentadas acerca do ateísmo histriônico de Richard Dawkins e suas consequências inesperadas, não pude deixar de sentir uma profunda inquietação no coração. Não é curioso como, por vezes, Deus utiliza os instrumentos mais improváveis para realizar Sua vontade? Imaginem só: o mais ferrenho defensor do ateísmo moderno, conhecido por sua agressividade intelectual contra a fé, acaba, involuntariamente, conduzindo almas ao encontro de Cristo. Ah, como são misteriosos os caminhos do Senhor!
Dawkins, com sua retórica abrasiva, acreditou estar destruindo a fé. Seus livros, especialmente o polêmico “Deus, um delírio”, foram escritos com a intenção clara de ridicularizar a crença em Deus, colocando a ciência como única fonte de verdade. Contudo, ao exigir que as pessoas escolhessem entre ciência e fé, ele semeou dúvidas não apenas sobre a religião, mas também sobre o próprio ateísmo. Quando um homem exige que outro abandone suas convicções, é natural que aquele que é desafiado busque respostas ainda mais profundas.
E foi exatamente isso o que aconteceu. Pessoas dos mais variados perfis — cientistas, intelectuais, artistas — começaram uma jornada de questionamento. Aquele ateísmo agressivo, que deveria trazer clareza, trouxe inquietação. Ao verem um homem tão obstinado em negar Deus, muitos começaram a questionar o motivo de tamanha aversão. Se Deus não existe, por que lutar tão ferozmente contra Ele? Por que o esforço hercúleo em tentar convencer o mundo de que Cristo é uma ilusão?
Nesse ponto, recordo-me das palavras do apóstolo Paulo: “Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.” (1 Coríntios 1:18). Não estaria o próprio Dawkins, sem perceber, confirmando essa verdade ao dedicar sua vida a combater um Deus que, segundo ele, não existe?
Ao reunir os relatos daqueles que vieram à fé através de Dawkins, Denis Alexander e Alister McGrath trouxeram à luz um fenômeno fascinante: o Novo Ateísmo, em sua arrogância, acabou conduzindo corações sedentos à busca pela verdade. Cada um dos 12 autores mencionados trilhou um caminho único, mas todos encontraram Cristo. Não porque Dawkins apresentou argumentos convincentes, mas porque ele os desafiou a questionar a superficialidade do ateísmo militante.
E como é tocante perceber que muitos desses buscadores sinceros encontraram Deus justamente ao confrontarem as fragilidades morais do ateísmo. A ausência de um padrão moral objetivo, defendida por ateus como Peter Singer, revelou-se insustentável diante de realidades humanas complexas. É que, sem um Deus que estabeleça o bem e o mal, o certo e o errado tornam-se apenas opiniões subjetivas. E, no fundo, todos sabemos que a verdade não pode ser relativa.
Foi assim que a historiadora Sarah Irving-Stonebraker, ao ouvir Singer defender conceitos moralmente questionáveis, começou a perceber a incoerência de um mundo sem Deus. Sua busca pela verdade a levou a Cristo, o único que pôde oferecer respostas completas, coerentes e cheias de sentido.
Este é o paradoxo que me emociona profundamente: Deus usou o ateísmo militante para revelar Sua glória. C.S. Lewis, outrora um ateu convicto, também se converteu ao cristianismo ao perceber que o ateísmo não fazia sentido diante da moralidade universal que todos carregamos no coração. E agora, décadas depois, o mesmo ocorre com um novo grupo de buscadores sinceros.
Será que Dawkins percebe a ironia de sua jornada? Seus discursos inflamados, carregados de desprezo pela fé, serviram como catalisadores para que muitos questionassem as bases do ateísmo. Ao atacar a religião com tanta veemência, ele chamou a atenção para aquilo que desejava destruir. E assim como Saulo perseguiu os cristãos apenas para, depois, tornar-se Paulo, o maior pregador do Evangelho, Dawkins, de modo involuntário, tem colaborado para a expansão do Reino de Deus.
Essa constatação me faz pensar na soberania de Deus. Quem poderia imaginar que um militante ateu contribuiria para o crescimento da fé cristã? Quem poderia prever que Cristo seria glorificado através de ataques tão implacáveis? Isso me lembra as palavras do Salmo 2: “Por que se amotinam as nações e os povos tramam em vão? Aquele que habita nos céus ri; o Senhor zomba deles.”
E assim, Deus continua a rir daqueles que tentam silenciar Sua voz. Ele transforma a oposição em oportunidade, o ataque em atração, o ódio em amor. Pois Cristo é o Alfa e o Ômega, e nada pode impedir Seu plano de redenção.
Queridos leitores, que essa história nos inspire a confiar cada vez mais em Deus. Mesmo quando o mundo parece hostil à fé, mesmo quando os ataques são implacáveis, lembremo-nos de que nada escapa ao controle do Senhor. Dawkins tentou eliminar Deus de seu discurso, mas acabou proclamando a glória do Criador ao inspirar corações a buscarem a Verdade.
O Evangelho de Cristo é poderoso. Ele transforma perseguições em testemunhos, dúvidas em fé, desespero em esperança. E, como nos ensina a Palavra de Deus, “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito.” (Romanos 8:28).
Portanto, não temamos as vozes que se levantam contra o Cristianismo. Ao invés disso, oremos para que os corações sejam quebrantados, para que a Verdade brilhe ainda mais forte nas trevas da incredulidade. E, quem sabe, um dia o próprio Dawkins possa perceber que o Deus que ele tanto combateu é o mesmo que o ama incondicionalmente e deseja revelar-lhe a graça e a verdade em Cristo Jesus.
Com amor em Cristo,
Com informações Gazeta do Povo