
Amados em Cristo,
Hoje me dirijo a vocês com um coração inquieto, refletindo sobre os acontecimentos que assolam o mundo e, mais especificamente, o Oriente Médio. As notícias que chegam de Damasco nos fazem perceber, mais uma vez, como as Escrituras nos alertam sobre tempos difíceis, de enganos e alianças duvidosas.
A queda de Bashar al-Assad, que governou a Síria com mãos de ferro por décadas, e a ascensão de um novo governo islâmico, trazem consigo uma série de implicações que não podemos ignorar. A China, que apoiou Assad por anos, viu sua embaixada ser saqueada, um claro sinal de que os novos governantes não estão interessados em manter antigas alianças, mas sim em redesenhar o tabuleiro geopolítico conforme seus próprios interesses.
O que mais chama a atenção é a incorporação de combatentes estrangeiros, inclusive uigures, uma minoria muçulmana que, segundo grupos ocidentais de direitos humanos, tem sido perseguida pela China. Mas será que isso representa uma luta legítima por liberdade, ou há interesses obscuros por trás dessa movimentação? Os próprios chineses já alertaram sobre o envolvimento de uigures em atividades terroristas, o que levanta um questionamento legítimo: será que esse novo governo sírio trará estabilidade ou apenas um novo ciclo de violência e intolerância?
A Bíblia nos ensina que “quando disserem: há paz e segurança; então, lhes sobrevirá repentina destruição” (1 Tessalonicenses 5:3). Os novos governantes sírios prometem governar com tolerância, mas suas ações mostram que estão abraçando a militância islâmica radical. Como confiar em promessas vazias quando vemos alianças sendo formadas com grupos que já demonstraram desprezo pela liberdade religiosa e pelos direitos das minorias? Como não lembrar da forma como cristãos sírios já sofreram perseguições sob regimes islâmicos extremistas?
Vemos, mais uma vez, a manifestação de um princípio bíblico: “Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem mal” (Isaías 5:20). O mundo está assistindo, e muitos governos preferem permanecer calados, seja por medo, seja por interesses políticos e econômicos. A China, por exemplo, que durante anos protegeu Assad, agora vê-se obrigada a lidar com um governo que inclui justamente aqueles que antes condenava como terroristas. Que ironia! E onde estão os líderes ocidentais? Onde estão os que sempre levantaram a bandeira dos direitos humanos? Preferem observar à distância, sem se comprometer, como Pilatos ao lavar as mãos diante de Cristo.
A ascensão de Ahmed al-Sharaa, um ex-afiliado da Al Qaeda, não pode ser ignorada. A Síria, um país já fragilizado por anos de guerra civil, agora se torna um campo aberto para novas disputas de poder. Quem pode garantir que este novo governo não se tornará um caldeirão ainda mais perigoso? Os Estados Unidos, a Europa e outras potências sabem muito bem que regimes islâmicos radicais não trazem estabilidade, mas sim novas ondas de conflitos e perseguições.
O livro de Daniel nos mostra como impérios surgem e caem, mas também nos ensina que Deus está no controle da história. Como cristãos, não devemos nos desesperar diante dessas mudanças, mas sim permanecer atentos aos sinais dos tempos. Precisamos lembrar que “o reino deste mundo se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre” (Apocalipse 11:15). Nenhum governo, seja ele de esquerda ou de direita, islâmico ou secular, pode impedir os propósitos de Deus. No entanto, devemos estar alertas, pois o cenário que se desenha é um terreno fértil para mais conflitos e perseguições.
Amados irmãos, não sejamos ingênuos. O que acontece na Síria não está isolado do restante do mundo. A radicalização de governos e a instabilidade política são apenas mais um sintoma de um planeta que se afasta cada vez mais dos princípios de Deus. Quando as Escrituras falam de um tempo onde haverá “guerras e rumores de guerras” (Mateus 24:6), devemos entender que esses acontecimentos fazem parte do cumprimento profético.
Nosso papel, como cristãos, não é apenas observar, mas orar e agir. Precisamos interceder pelos cristãos perseguidos na Síria e no mundo inteiro, clamando para que Deus fortaleça Sua Igreja em meio à adversidade. Devemos também permanecer firmes na fé, pois tempos difíceis podem estar à nossa porta. A perseguição à Igreja nunca deixou de existir, e os eventos recentes mostram que ela pode aumentar ainda mais.
Que possamos nos lembrar das palavras de Jesus: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33). Essa é a nossa esperança inabalável. Nenhum governo humano, nenhum líder mundial pode mudar essa verdade.
Sigamos firmes, atentos aos tempos e fiéis ao chamado que Deus nos deu.
Em Cristo,
Com informações Reuters