Reuters: “Erdogan critica protestos contra prisão do prefeito de Istambul como movimento de violência”

Amados leitores do Cartas Gospel, Em tempos de trevas políticas e de

Policiais usam spray de pimenta em um manifestante vestindo roupas de dervixe em Istambul, 23 de março. REUTERS/Umit Bektas

Amados leitores do Cartas Gospel,

Em tempos de trevas políticas e de desassossego civil, somos chamados a refletir não apenas sobre os eventos que dominam as manchetes, mas também sobre os valores eternos que sustentam nossa fé e nossa esperança. Recentemente, o mundo voltou seus olhos para a Turquia, onde a prisão de Ekrem Imamoglu, prefeito de Istambul e principal rival político do presidente Recep Tayyip Erdogan, desencadeou uma onda de protestos que ecoa não apenas pelas ruas daquela nação, mas também em nossos corações que anseiam por justiça.

A detenção de Imamoglu, sob acusações de corrupção que ele nega veementemente, levou centenas de milhares de pessoas a desafiar as proibições governamentais e a tomarem as ruas em manifestações que, segundo Erdogan, se transformaram em um “movimento de violência”. Curioso, não é? O mesmo Estado que deveria garantir a liberdade de expressão parece mais interessado em silenciar vozes dissonantes sob o pretexto de proteger a ordem pública. Não nos lembra de algo? Quantas vezes, ao longo da história, aqueles que se levantam contra a opressão são rotulados como desordeiros?

Erdogan, com a serenidade de quem controla as rédeas do poder há mais de duas décadas, não se furtou em apontar o dedo para o Partido Republicano Popular (CHP), responsabilizando a oposição pelos danos materiais e pelos policiais feridos durante os protestos. A mensagem é clara: em um cenário onde a verdade é moldada pelas conveniências do governo, culpar o adversário político é uma tática eficiente para desviar a atenção das reais questões. E que questões são essas? A busca por um governo mais transparente, por instituições verdadeiramente democráticas e pela proteção dos direitos fundamentais.

As Escrituras nos ensinam que “o que anda em sinceridade anda seguro, mas o que perverte os seus caminhos será conhecido” (Provérbios 10:9). O clamor do povo turco, que enfrenta a repressão com coragem, é um testemunho vivo de que a verdade sempre encontra um caminho para se manifestar, por mais que as autoridades tentem calá-la. Não é coincidência que as acusações contra Imamoglu tenham sido vistas por muitos como politicamente motivadas. Quando um líder que desafia o status quo é subitamente preso no auge de sua popularidade, cabe a nós questionar as intenções por trás dessa manobra.

Enquanto Erdogan e seu Ministro do Interior, Ali Yerlikaya, reforçam a narrativa de que os manifestantes “aterrorizam” as ruas, a realidade vivida por aqueles que estão na linha de frente revela um quadro bem diferente. Os relatos de repressão violenta, de uso indiscriminado de spray de pimenta e de manifestantes hospitalizados revelam a face obscura de um governo que teme a voz do seu próprio povo. E por que tanto medo? Talvez porque, no fundo, eles saibam que uma nação desperta é uma nação impossível de ser controlada.

Curiosamente, no mesmo discurso em que condena os protestos, Erdogan tenta acalmar os investidores que, em resposta à crise política, desencadearam uma verdadeira fuga de capitais. A lira turca, já enfraquecida, sofreu ainda mais com a incerteza provocada pela prisão de Imamoglu. Nada como o “mercado” para lembrar aos poderosos que a estabilidade não se constrói com censura e autoritarismo. E aqui, amados leitores, somos lembrados das palavras de Jesus: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” (Mateus 16:26).

A questão que ressoa em nossos corações é esta: até quando os governantes da Terra seguirão desprezando os princípios de justiça e verdade em nome da sua própria manutenção no poder? A prisão de Imamoglu não é apenas um ataque a um adversário político; é um golpe contra a própria ideia de liberdade. Quando um governo se arroga no direito de decidir quem pode ou não concorrer ao cargo mais alto da nação, estamos diante de uma clara ameaça ao Estado de Direito.

E nós, como cristãos, como devemos responder? Primeiramente, com oração. Somos chamados a interceder pelos que sofrem, pelos injustiçados, e até mesmo pelos que exercem o poder. “Exorto, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens; pelos reis, e por todos os que estão em eminência” (1 Timóteo 2:1-2). Mas nossa responsabilidade não termina no altar da oração. Somos também chamados a sermos luz do mundo e sal da terra, denunciando as injustiças e defendendo os valores do Reino de Deus em todos os espaços da sociedade.

Os protestos na Turquia são um lembrete contundente de que a luta pela liberdade nunca é fácil. Aqueles que hoje se arriscam nas ruas de Istambul, enfrentando a brutalidade estatal, são portadores de um anseio universal: o desejo de viver em uma sociedade onde a verdade prevaleça e a justiça seja acessível a todos. Não podemos ignorar o sofrimento deles, assim como não podemos fechar os olhos para as realidades de nossa própria nação, onde as mesmas forças de opressão e censura, em diferentes formas, buscam silenciar aqueles que se atrevem a falar a verdade.

Amados, que possamos permanecer vigilantes. A história nos ensina que governos vêm e vão, mas o Reino de Deus é eterno. Quando testemunhamos a injustiça, somos chamados a denunciar e a agir com coragem, pois “o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos” (Salmos 37:28). Que jamais nos esqueçamos de que, enquanto estivermos neste mundo, nossa voz deve se levantar em favor dos que não têm voz, e nossas mãos devem estar sempre estendidas para socorrer os oprimidos.

Com fé inabalável e esperança renovada,

Com informações Reuters

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Romanos 13:1-2

1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. 2 Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se opondo contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.

Isaías 10: 1-3

1 Ai daqueles que promulgam leis iníquas, e todos que elaboram decretos opressores, 2 a fim de privar os pobres dos seus direitos e evitar que os oprimidos do meu povo tenham pleno acesso à justiça, transformando as viúvas em presas de suas ambições e despojando os órfãos! 3 Pois bem, que fareis no Dia do Castigo, quando a destruição vier de um lugar distante, mas certeira? A quem correreis em busca de abrigo e socorro, onde deixareis as vossas riquezas,…

Leandro G. Veras

Cartas Gospel

Alcançado pelo evangelho de Jesus Cristo em 1979 e, desde então, apaixonado pela Palavra de Deus.  Compromisso é comunicar a Verdade com amor e convicção, inspirando e esperança em Cristo.

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