
Queridos irmãos e irmãs em Cristo,
Escrevo-lhes hoje com o coração inquieto, olhos marejados e a alma em profundo clamor diante de mais um episódio que fere não apenas a diplomacia internacional, mas a decência moral e espiritual que se espera de qualquer liderança. Refiro-me às declarações do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que no último domingo, dia 25 de maio de 2025, voltou a acusar o Estado de Israel de genocídio, chamando o recente ataque contra o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza, de “ato covarde” e “vingança”.
As palavras do presidente, assinadas em nota oficial pelo Palácio do Planalto, foram duras, inflamadas e, como de costume, carregadas de um juízo seletivo. Segundo Lula, a morte dos filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar, vítima colateral de um ataque aéreo israelense, seria prova de um plano genocida orquestrado pelo governo de Benjamin Netanyahu. Como se Israel, acuado e constantemente ameaçado por mísseis, fosse o grande vilão de uma guerra que ele nunca iniciou.
Diz o presidente: “O único objetivo da atual fase desse genocídio é privar os palestinos das condições mínimas de vida com vistas a expulsá-los de seu legítimo território.” E arremata: “O que vemos em Gaza hoje é vingança.”
Diante disso, irmãos, não posso silenciar. Esta carta não é um manifesto político. É um chamado ao discernimento espiritual. Porque quando autoridades falam com leviandade sobre assuntos que envolvem vidas humanas, conflitos históricos, jurisprudência internacional e, sobretudo, promessas bíblicas eternas, o povo de Deus precisa se posicionar — com amor, mas também com verdade.
Antes de mais nada, é preciso lembrar que Israel não está em guerra contra o povo palestino, mas contra o Hamas, uma organização terrorista reconhecida como tal por dezenas de países. O ataque citado por Lula não foi gratuito, tampouco “vingativo”. Tratava-se de uma resposta militar estratégica a uma facção que sequestrou civis israelenses, estuprou mulheres, assassinou crianças e transformou escolas, hospitais e residências em escudos humanos.
Ora, onde está a condenação de Lula aos atos do Hamas? Onde está o pesar pelos bebês decapitados em 7 de outubro de 2023? Onde está a indignação pelas mulheres israelenses violentadas e filmadas como troféus? Onde estão as palavras de empatia com os reféns, cujos corpos mutilados foram trocados por vídeos de propaganda? Não se ouve uma sílaba de condenação.
Essa seletividade, irmãos, é tão perigosa quanto o silêncio. E mais grave ainda quando embalada por uma falsa roupagem de “justiça social” ou “solidariedade humanitária”. Pois a verdade é que não há compaixão autêntica que omite a realidade dos fatos, tampouco amor ao próximo que flerta com o terrorismo.
É preciso recordar que em diversas ocasiões o presidente Lula se referiu a líderes da esquerda latino-americana com admiração irrestrita, mesmo quando tais governos oprimiam seu próprio povo. Quando Nicolás Maduro reprime cristãos na Venezuela, não há notas de repúdio. Quando Daniel Ortega expulsa padres da Nicarágua, não há clamor por democracia. Mas quando Israel se defende, aí sim há “genocídio”?
Israel não é perfeito. O governo de Netanyahu, como qualquer outro governo democrático, comete erros e deve ser fiscalizado. Mas comparar a autodefesa de um Estado soberano — que nasceu após o Holocausto e vive sitiado desde 1948 — a uma “vingança genocida”, é não apenas irresponsável: é moralmente repugnante.
É curioso que o presidente fale em “genocídio”, enquanto o Hamas nega qualquer proposta de paz. A Gazeta do Povo, no artigo assinado por Giorgio Dal Molin, revelou que Israel ofereceu cessar-fogo, exigindo apenas a entrega de armas e a saída dos líderes do Hamas da Faixa de Gaza. Nada mais legítimo para um país que vê seus civis como alvos. Mas o Hamas recusou. Por quê? Porque a guerra é o palco onde o Hamas mantém seu poder e manipula a opinião pública ocidental, usando cadáveres palestinos como propaganda e escondendo mísseis em berçários.
Infelizmente, é esse o lado que o presidente do Brasil parece escolher. E ao fazê-lo, ele não fala apenas por si. Ele fala por um povo. Por mim. Por você. Por todos os brasileiros que, mesmo longe da guerra, passam a ser associados ao discurso anti-Israel nos fóruns internacionais.
Irmãos, será que esquecemos a Palavra?
A Bíblia é clara: “Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3). E Jesus, nosso Salvador, nasceu em Belém. Cresceu em Nazaré. Chorou por Jerusalém. Morreu e ressuscitou em Israel. Não há Evangelho sem Israel.
Portanto, atacar Israel com acusações levianas não é apenas um erro político — é um desvio espiritual. É desprezar as raízes da nossa fé. É ignorar que o povo judeu carrega, até hoje, as marcas da perseguição milenar, que culminaram nos campos de concentração e seguem nos foguetes que chovem sobre Tel Aviv.
Será que Lula faria a mesma acusação contra um país muçulmano que lançasse bombas sobre Israel? Ou será que o tratamento diferenciado tem um viés ideológico disfarçado de “solidariedade humanitária”?
A mesma nota que chama Israel de genocida silencia sobre o fato de que o Hamas esconde armas em escolas e clínicas. De que os terroristas não usam uniformes, mas se disfarçam de civis, tornando impossível qualquer confronto sem vítimas colaterais. De que Gaza é um território dominado por um regime autoritário, que usa o sofrimento do povo como escudo e combustível.
Não há uma linha sobre isso na nota oficial. Apenas a condenação seletiva. Apenas a repetição de uma narrativa que agrada às ONGs de esquerda e à militância anti-Israel que domina parte da imprensa internacional.
É preocupante — profundamente preocupante — que a voz do Brasil seja usada para dar voz a terroristas. E mais preocupante ainda que muitos cristãos brasileiros estejam em silêncio, ou pior, repetindo tais acusações, sem examinar os frutos, as raízes e os contextos.
Cristo nos chamou para sermos sal da terra e luz do mundo. Isso exige coragem. Coragem para denunciar a injustiça onde quer que ela esteja. Mas também coragem para discernir entre opressores e oprimidos reais, entre vítimas e algozes, entre a paz verdadeira e a propaganda travestida de paz.
Oremos por Gaza. Pelas crianças palestinas e israelenses. Pelos médicos e civis inocentes. Pelos reféns e por seus algozes. Mas oremos também para que a liderança do nosso país volte a falar com sabedoria, com prudência, e com temor diante de Deus.
Que o Senhor abra os olhos do presidente Lula, e lhe conceda discernimento para não transformar a política externa do Brasil num palanque ideológico onde os fatos pouco importam, e as vidas humanas são apenas instrumentos retóricos.
Que o Senhor proteja Israel, terra do nosso Senhor, e também os palestinos que desejam viver em paz. Mas que Ele confunda os planos dos que semeiam o terror, seja no oriente médio, seja nas redes sociais, seja nos discursos oficiais.
Que nunca deixemos de defender a verdade, mesmo quando ela é impopular. E que nossos púlpitos e corações estejam sempre alinhados com a Palavra, não com os slogans da moda.
Com informações Gazeta do Povo