Cristãos no Afeganistão arriscam a vida para cultuar em montanhas escondidas

Queridos irmãos, leitores e amados amigos em Cristo Jesus, A paz que

Queridos irmãos, leitores e amados amigos em Cristo Jesus,

A paz que excede todo o entendimento esteja convosco. Escrevo-lhes hoje com o coração pesado, mas também aceso por uma chama que jamais se apagará: a da fé viva e genuína no nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esta carta não é apenas um relato. É um chamado. Um grito silencioso ecoando das montanhas áridas do Afeganistão até nossos lares confortáveis no Brasil. É um clamor que atravessa fronteiras, ideologias, regimes, e penetra diretamente na alma daqueles que ainda têm ouvidos para ouvir o que o Espírito diz às igrejas.

Irmãos, a matéria dos site guiame.com.br, intitulada “Cristãos perseguidos fazem cultos nas montanhas no Afeganistão: ‘Viajam horas para adorar’” é mais do que uma notícia. É uma denúncia espiritual. Um espelho da verdade bíblica que muitos preferem ignorar. Porque sim, enquanto alguns se entretêm com debates banais sobre teologias modernas, preferências musicais e reformas estéticas nos templos, existem irmãos nossos — sim, nossos irmãos! — que viajam por horas sob risco de morte para simplesmente adorar o nome de Jesus.

Você consegue imaginar isso? Não estamos falando de uma viagem confortável em carros com ar-condicionado. Não se trata de atravessar bairros em cidades seguras. Estamos falando de trajetos clandestinos, por montanhas desertas e trilhas escondidas, com o terror constante de serem encontrados por um regime que trata a fé cristã como crime capital.

E ainda assim, eles vão. E ainda assim, eles adoram. E ainda assim, eles se unem.

O Talibã, que reassumiu o controle do Afeganistão há três anos, impôs a severa aplicação da chamada lei Sharia. Essa “lei”, que é uma distorção perversa da verdade, trata a conversão ao cristianismo como uma ofensa punível com a morte. Os relatos são aterradores: cristãos presos, torturados, executados. Não há julgamento justo. Não há habeas corpus. Há apenas a sentença sumária de quem ousa amar a Cristo em meio às trevas.

Segundo o pesquisador Thomas Muller, da Missão Portas Abertas, aqueles que abandonam o Islã para seguir Jesus tornam-se alvos prioritários. Eles são caçados. Eles são entregues. Eles são sacrificados como ovelhas levadas ao matadouro. Mas, como nos tempos do apóstolo Paulo, eles não negam a fé. Antes, exclamam: “Para mim, o viver é Cristo e o morrer é ganho.”

Sim, irmãos. Essa fé não é teórica. Não é acadêmica. Não é performática. É uma fé que arde mesmo debaixo das cinzas. Uma fé que resiste, que enfrenta, que confronta os poderes deste mundo com a arma mais poderosa que já existiu: a Verdade do Evangelho.

Conforme informou a One Passion Mission, essa igreja perseguida escolheu as montanhas como seu esconderijo. O culto não acontece em templos com microfones, ar-condicionado, palcos, e LED. O culto é realizado entre pedras, poeira, silêncio e lágrimas. Ali, longe dos olhos dos algozes, os santos de Deus se reúnem para render glória ao Rei dos reis.

E o que fazem? Cantam. Oram. Leem a Palavra. Compartilham pão. Abraçam-se com temor e tremor. Não há distrações, não há celulares, não há superficialidade. Só há gratidão, reverência e o Espírito Santo pairando sobre aquele monte como fazia em Betel, como fazia no Sinai, como fez no cenáculo de Atos.

Enquanto isso… e aqui nos permitam o lamento…

Enquanto isso, no Ocidente, nós reclamamos quando o culto atrasa cinco minutos. Desanimamos quando chove. Murmuramos por causa do louvor. Criticamos o pastor. Ignoramos a Bíblia. Esquecemos de orar. Negociamos princípios. Flertamos com o mundo. E o pior: muitos de nós já abandonaram a fé sem nem mesmo perceber.

Quantos cristãos hoje vivem uma fé “tibia, morna”, como alertou Jesus em Apocalipse? Quantos de nós, amigos, viveríamos a mesma fé se não houvesse liberdade religiosa no Brasil? Quantos arriscariam a vida para cultuar ao Senhor? Quantos de nós seriam capazes de caminhar por montanhas só para entoar um louvor?

Essas perguntas nos envergonham. Mas é preciso confrontá-las.

Não se trata de culpa, mas de despertamento. Se os irmãos no Afeganistão nos ensinam algo, é que o Evangelho não é um convite ao conforto, mas um chamado ao sacrifício. Cristo não prometeu segurança terrena, mas perseguição. “No mundo tereis aflições”, disse o Mestre. “Mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”

Eles creem nisso. Nós esquecemos.

Eles enfrentam os leões modernos. Nós alimentamos os nossos com doutrinas humanas.

Eles abraçam a cruz. Nós a evitamos.

Eles pagam o preço. Nós negociamos os valores.

Irmãos, amigos, leitores, é hora de acordar. O Evangelho genuíno sempre foi e sempre será contracultural. Ele incomoda, desafia, provoca, transforma. Não há como seguir a Cristo e seguir o mundo ao mesmo tempo. Ou negamos a nós mesmos, ou negamos ao Senhor. Não há meio-termo.

O missionário Neemias, também citado na reportagem, denunciou que há uma guerra subterrânea entre o Talibã, o Estado Islâmico e outros grupos extremistas. E para sustentar suas ideologias doentias, estão recrutando até mesmo crianças. O que é isso, senão uma face do inferno na Terra? A infância corrompida, o futuro transformado em soldado, a alma sequestrada por doutrinas de morte. E mesmo assim, mesmo em meio a tanto mal, a Igreja de Cristo sobrevive. Avança. E cresce.

A Bíblia já nos alertava: “As portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja.” Mas essa Igreja não é qualquer igreja. É a que resiste, a que persevera, a que sangra mas continua de pé.

O Afeganistão está na 10ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2025, da Missão Portas Abertas. Isso não é estatística. Isso é realidade. Isso é urgente. Isso exige resposta. E o que nós temos feito com essa informação?

Será que oramos por esses irmãos? Será que jejuamos por eles? Será que sustentamos os missionários com nossas finanças? Ou será que estamos ocupados demais com os nossos próprios confortos, distrações e prioridades fúteis?

Esta carta é um convite à reflexão, à oração, e à ação. Nós do Cartas Gospel não podemos e não vamos ignorar o sangue dos mártires. Não vamos calar diante da dor dos santos. Não vamos permitir que a liberdade que temos hoje no Brasil seja desperdiçada com religiosidade vazia, entretenimento gospel e doutrinas que massageiam o ego mas não salvam a alma.

É hora de voltar ao primeiro amor. De redescobrir a centralidade de Cristo. De reviver o temor do Senhor. De reavaliar o nosso cristianismo. Porque, como disse Jesus, “quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á. Mas quem perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará.”

Não podemos ser neutros. Não podemos ser mornos. Não podemos ser indiferentes.

O Evangelho é guerra espiritual. E estamos em campo de batalha.

Que possamos orar como nunca. Que possamos clamar pelos nossos irmãos afegãos, mas também pelos cristãos perseguidos no Irã, na Coreia do Norte, na Nigéria, na Eritreia, na China e em tantos outros lugares. Que o Senhor os fortaleça, os sustente e os guarde com mão poderosa.

E que nós, aqui no Brasil, não desperdicemos o tempo da graça com superficialidades. Que sejamos inspirados, sacudidos e renovados pela coragem da Igreja Afegã. Que aprendamos com eles a adorar mesmo nas montanhas, mesmo em silêncio, mesmo na sombra da morte.

Eles viajam por horas para cultuar. E você? Quanto esforço tem feito para estar na presença do Senhor?

Eles arriscam a vida para estar em comunhão. E você? Com quem tem se unido?

Eles são perseguidos. Nós somos livres. Mas… quem de fato está mais próximo do coração de Deus?

Pense nisso.

Com amor em Cristo, com lágrimas nos olhos e esperança no coração,

Leandro G. Veras
Editor, Cartas Gospel
“Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10)

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Romanos 13:1-2

1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. 2 Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se opondo contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.

Isaías 10: 1-3

1 Ai daqueles que promulgam leis iníquas, e todos que elaboram decretos opressores, 2 a fim de privar os pobres dos seus direitos e evitar que os oprimidos do meu povo tenham pleno acesso à justiça, transformando as viúvas em presas de suas ambições e despojando os órfãos! 3 Pois bem, que fareis no Dia do Castigo, quando a destruição vier de um lugar distante, mas certeira? A quem correreis em busca de abrigo e socorro, onde deixareis as vossas riquezas,…

Leandro G. Veras

Cartas Gospel

Alcançado pelo evangelho de Jesus Cristo em 1979 e, desde então, apaixonado pela Palavra de Deus.  Compromisso é comunicar a Verdade com amor e convicção, inspirando e esperança em Cristo.

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