
Queridos irmãos e amigos do Cartas Gospel,
Escrevo-lhes hoje com o coração apertado, em espírito de oração e discernimento, diante das notícias recentes vindas de Israel, a Terra Santa, berço do nosso Salvador Jesus Cristo. A matéria publicada pela Folha de S.Paulo em 4 de junho de 2025 — a qual cito com o devido crédito — relata uma crise crescente no governo israelense, liderado por Binyamin Netanyahu, o mais longevo primeiro-ministro da história daquele país. Mas não é apenas uma crise política. É um sinal dos tempos. Um alerta. Um prenúncio de que os alicerces estão sendo sacudidos.
É preciso ver além da manchete. Não nos limitemos ao que os olhos carnais enxergam. O que se passa em Israel não é apenas uma disputa partidária, nem tampouco uma “queda de braço” entre religiosos e seculares. Estamos diante de uma batalha espiritual travestida de política. Uma guerra ideológica que reflete diretamente no corpo de Cristo e no destino profético do povo eleito.
Segundo o artigo da Folha, a atual coalizão de governo de Netanyahu, composta por partidos de direita e ultraortodoxos, está por um fio. Um dos partidos religiosos, o United Torah Judaism, ameaça romper com o governo caso não seja aprovada a medida que isenta jovens ultraortodoxos do serviço militar. Se a coalizão rachar, o Parlamento (Knesset) poderá ser dissolvido, antecipando eleições que — conforme as pesquisas — Netanyahu perderia. O que muitos veem como “política interna” é, na verdade, uma crise moral, espiritual e nacional sem precedentes.
Queridos irmãos, isso não é um simples impasse legislativo. Estamos diante de uma escolha crítica: ceder à pressão de setores que desejam manter privilégios religiosos com base em uma estrutura que ignora o dever de defender a nação — ou confrontar o abismo que se abre diante do povo judeu, em meio a ameaças existenciais como o Hamas, o Hezbollah e seus patrocinadores globais.
É necessário ter coragem para dizer: os tempos da neutralidade acabaram. O conflito em Israel não está apenas nas fronteiras com Gaza ou no norte, na linha tênue com o Líbano. Está no cerne da identidade de Israel como Estado judeu, democrático e soberano. E isso nos toca diretamente, como cristãos que amam e intercedem por Jerusalém.
“Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam.” (Salmo 122:6)
Será que temos amado Israel verdadeiramente, ou temos sido passivos diante de sua fragmentação? Será que temos sido vigilantes, ou simplesmente assistimos a tudo como espectadores de um teatro político?
Netanyahu, chamado por muitos de “Bibi”, é um homem falho como qualquer um de nós. Mas é também um estadista experiente que enfrentou e sobreviveu a tempestades políticas que teriam destruído outros líderes. Governou Israel por 17 anos somando seus mandatos — isso por si só mostra o quanto ele é mais do que um político: é um símbolo de resistência em um país onde cada decisão pode custar vidas.
E agora, diante dessa pressão por parte dos ultraortodoxos — que ameaçam derrubar o governo caso seus jovens continuem obrigados a servir ao Exército como os demais cidadãos — Bibi enfrenta uma escolha amarga: manter-se no poder a qualquer custo ou enfrentar a verdade e o futuro com coragem. Porque, sejamos francos, irmãos: ninguém pode continuar servindo a dois senhores — ou se governa com responsabilidade e justiça, ou se governa para agradar interesses de nicho.
Não podemos ignorar o que está em jogo. A guerra com o Hamas não é um capítulo encerrado. Os reféns israelenses ainda estão em Gaza. A fronteira com o Líbano continua sendo palco de ameaças crescentes do Hezbollah. E, em meio a tudo isso, Israel se vê às voltas com uma guerra interna de valores, onde até mesmo os princípios do Exército — que representa o chamado à proteção e defesa nacional — estão sendo colocados em xeque por conveniências políticas.
Meus irmãos, não nos enganemos: é justamente quando os pilares de uma nação são abalados que o inimigo se aproveita para lançar a desordem. Assim tem sido desde os tempos bíblicos. Quando os reis de Israel vacilaram diante das alianças erradas, Deus permitiu que juízos viessem. Quando o povo se afastava da verdade, o caos político era apenas reflexo do distanciamento espiritual.
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam.” (Salmo 127:1)
O que estamos testemunhando é o preço da tibieza moral. A política israelense está sendo consumida pela chantagem de setores que colocam sua agenda acima do bem comum. A esquerda secular deseja destruir Netanyahu a qualquer custo. A ultraortodoxia quer privilégios mesmo que isso comprometa a segurança do país. E no meio disso tudo, quem defende a integridade da nação? Quem fala em nome dos reféns? Quem se levanta pela paz e pela justiça?
Como cristãos, não podemos compactuar com essa divisão. Somos chamados a interceder por Israel, a sustentar com oração seus líderes, a clamar para que Deus levante homens e mulheres comprometidos com a verdade, com a justiça e com o Reino.
Mais do que isso, somos chamados a olhar com olhos proféticos. Não há nada mais estratégico para o inimigo do que minar a estabilidade de Israel por dentro. Se os inimigos externos não conseguem derrotar militarmente o país, eles apostam na dissolução interna, nas disputas fratricidas, na sabotagem das instituições.
E aqui está o ponto crucial, meus irmãos: Israel não pode perder seu rumo. Israel não é uma democracia qualquer. É o cumprimento de promessas ancestrais. É a nação escolhida por Deus para ser testemunho entre as nações. O retorno do povo judeu à sua terra, após séculos de exílio, é um dos maiores sinais do plano divino se cumprindo. E cabe a nós, como igreja de Cristo, vigiar e orar para que essa nação permaneça firme — e que seus líderes estejam sensíveis à vontade do Senhor.
Em meio a tudo isso, o silêncio de Netanyahu pode ser estratégico. Mas também pode ser perigoso. Se ele está apostando que os ultraortodoxos estão blefando — como aponta o ex-deputado Ofer Shelah citado na matéria da Folha — ele corre o risco de subestimar a sede de poder e os jogos escusos de bastidores. Se o Parlamento for dissolvido e novas eleições forem convocadas, o cenário poderá se tornar ainda mais instável, abrindo caminho para líderes com intenções dúbias ou frágeis convicções.
Por isso, meus irmãos, o momento é de vigília intensa e intercessão incessante.
Não se trata apenas de um homem. Trata-se de uma nação inteira sob ameaça. E como cristãos, não podemos cair na armadilha de nos acomodarmos. É hora de nos posicionarmos em oração e clamor.
“Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão.” (Isaías 62:6)
Seja você também um desses guardas espirituais. Ore por Bibi Netanyahu — para que ele tenha sabedoria, firmeza e discernimento. Ore pelo Parlamento de Israel — para que não se deixe corromper por interesses menores. Ore pelo Exército de Israel — para que continue sendo um instrumento de proteção e justiça. Ore pelos reféns — para que sejam libertos e restaurados.
E acima de tudo, ore para que a nação de Israel reconheça Jesus como o Messias. Porque somente n’Ele há verdadeira paz, verdadeira justiça e verdadeira reconciliação.
Meus irmãos, o que está em jogo não é apenas a política de um pequeno país do Oriente Médio. O que está em jogo é a estabilidade do mundo, é o cumprimento das profecias, é o coração do plano redentor de Deus.
Não se deixe distrair pelas manchetes superficiais. Vá além. Leia, ore, analise com discernimento. E nunca, jamais, deixe de amar Israel.
“Porque do Senhor é a salvação; sobre o teu povo seja a tua bênção.” (Salmo 3:8)
Com amor, fé e zelo pela Verdade,
Leandro G. Veras
Cartas Gospel
Servo do Deus Altíssimo e atalaia em Cristo Jesus