
Queridos leitores, amigos e irmãos em Cristo Jesus do Cartas Gospel,
É com profundo respeito e atenção que dirijo esta carta a vocês, movido pelo zelo que temos em preservar a verdade, a fé e os valores que sustentam nossa amada nação e nossa caminhada cristã. Hoje, trago para reflexão um artigo recente do sociólogo Diogo Corrêa, professor na Universidade de Vila Velha e também da renomada École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris, publicado na Folha de S.Paulo. Sua análise aponta para uma transformação significativa no perfil dos evangélicos no Brasil — e essa transformação nos exige uma postura sábia, firme e conservadora diante dos fatos.
Durante décadas, a narrativa dominante nas ciências sociais e no pensamento acadêmico afirmava que o crescimento das igrejas evangélicas no Brasil estava diretamente ligado às condições de pobreza, baixa escolaridade e precariedade social dos seus fiéis. Essa explicação simplista, conveniente para certos setores intelectuais que sempre preferiram rotular o fenômeno evangélico como mero produto da miséria e da exclusão, tem hoje que ser revista à luz da realidade concreta que vemos diante dos nossos olhos.
O artigo destaca que, hoje, não são apenas os mais pobres que encontram nas igrejas evangélicas um amparo espiritual e social. Temos crescentes exemplos de evangélicos oriundos da classe A, dos bairros nobres, dos círculos empresariais, políticos e culturais mais influentes do país. Igrejas como a Lagoinha, localizada em Alphaville — área de luxo, cercada por condomínios milionários —, promovem espaços VIPs para celebridades e empresários, evidenciando um fenômeno que desafia as explicações tradicionais.
Essa nova realidade desafia a velha visão acadêmica, que ainda insiste em enxergar o evangélico como alguém preso à carência material, social e educacional. Nada mais distante da verdade. Hoje, os evangélicos são 31% da população brasileira — cerca de 65 milhões de pessoas — e sua diversidade social é impressionante, abrangendo desde os menos favorecidos até as elites intelectuais e econômicas. Isso revela que o avanço evangélico não é apenas um movimento de classe ou status social, mas uma verdadeira transformação cultural e moral, que atravessa as camadas da sociedade.
Em uma recente controvérsia envolvendo a Get Church, em Florianópolis, vimos o impacto desse fenômeno. A igreja viralizou por suas instalações luxuosas, pelo uso ostensivo da língua inglesa, e pela estrutura que mais lembra um grande centro comercial do que um templo tradicional. A reação popular, especialmente nas redes sociais, foi de surpresa e questionamento: “Por que gastar tanto dinheiro em um templo?” Contudo, a explicação do pastor — que o luxo seria uma forma de “honrar a Deus com excelência” — mudou a percepção de muitos. Aqui, está um ponto importante para refletirmos: a ideia de que a ostentação religiosa seria apenas exploração ou alienação é uma visão limitada, pois expressa também uma compreensão de excelência e dedicação que pode fazer parte de um projeto maior de valorização da fé e da presença evangélica na sociedade.
Mais do que isso, o avanço do movimento “Legendários”, voltado ao público masculino evangélico e que atrai celebridades, políticos e empresários, é prova concreta de que o evangélico moderno não está confinado às periferias da miséria, mas já é protagonista em segmentos sociais privilegiados. É um erro grave insistir em reduzir a fé evangélica a uma resposta para a pobreza. Estamos diante de uma transformação cultural, que não pode ser ignorada nem desdenhada.
A hipótese levantada por Diogo Corrêa merece nossa profunda atenção e reflexão: o que hoje atrai milhões às igrejas evangélicas é a adesão a valores morais e culturais conservadores. Não é mais só a ausência de bens materiais ou de oportunidades educacionais que move essa adesão, mas uma identificação firme com um projeto moral que preserva a família, a ordem, a autoridade e a vida baseada em princípios bíblicos. É um conservadorismo que atravessa classes sociais e conquista as consciências de brasileiros que, mesmo em suas posições privilegiadas, buscam no Evangelho uma bússola para os tempos atuais.
Irmãos, essa constatação deve nos encher de esperança e responsabilidade. O avanço dos evangélicos entre as elites e as classes mais altas não significa apenas um crescimento numérico, mas o fortalecimento de uma base sólida para a renovação moral e cultural do país. Não são poucos os que se entregam ao Evangelho com convicção e buscam, em meio à decadência dos valores da sociedade moderna, um padrão de vida e de convivência que honre a Deus e respeite as instituições criadas por Ele.
Ao contrário do que muitos setores da mídia e da academia pregam, o crescimento evangélico não é fruto do oportunismo ou da exploração econômica da fé, como alguns acusam com cinismo. É um fenômeno genuíno de busca por sentido, ordem e transcendência num mundo que tem se afastado cada vez mais da Verdade. Essa busca atravessa as camadas sociais e alcança os que estão no topo da pirâmide econômica e intelectual, demonstrando que o Evangelho é para todos, sem exceção.
É nesse contexto que devemos renovar nosso compromisso com a fé conservadora, que não se curva ao relativismo moral, ao progressismo destrutivo e ao esquerdismo que domina parte da cultura contemporânea. Os evangélicos estão respondendo a um chamado maior, que transcende o individualismo e a simples sobrevivência material, para afirmar uma visão de mundo enraizada na Palavra de Deus, na autoridade bíblica e na preservação dos valores que fizeram do Brasil um país forte e respeitado.
Essa revolução silenciosa, que hoje se manifesta na presença crescente de evangélicos nos espaços de poder, na cultura e na economia, é um motivo de celebração, mas também de vigilância. Somos chamados a ser sal da terra e luz do mundo, e isso significa atuar com integridade, sabedoria e coragem. É preciso que a liderança evangélica esteja preparada para assumir seu papel histórico, orientando seus fiéis a não se perderem em armadilhas do consumismo, da vaidade ou do pragmatismo vazio, mas a permanecerem firmes na fé e nos valores conservadores.
Além disso, não podemos permitir que essa conquista seja subestimada ou distorcida pela mídia e pela intelectualidade que insistem em desacreditar o movimento evangélico. A despeito de críticas superficiais ou preconceitos, a verdade é que o Brasil está mudando. A fé evangélica está se consolidando como um pilar fundamental para a reconstrução moral e espiritual da nossa nação. E isso inclui a valorização da família tradicional, a defesa da vida desde a concepção, o respeito à liberdade religiosa e a rejeição de ideologias que ameaçam a ordem natural e divina.
Caros irmãos, este é o momento de reafirmarmos nossa identidade, nosso compromisso e nossa missão. Devemos ser firmes na defesa da Verdade e no testemunho do Evangelho, sabendo que somos parte de um movimento que ultrapassa os limites da pobreza ou da exclusão social e que hoje está presente nos corredores do poder, nas grandes empresas, nas universidades e nas esferas culturais.
Que possamos, com sabedoria e coragem, seguir firmes nessa caminhada, conscientes de que o avanço evangélico na classe A e nos setores privilegiados da sociedade é um sinal claro da providência divina e do cumprimento das promessas feitas pelo Senhor. Que o Evangelho continue a transformar corações, moldar consciências e renovar a cultura brasileira.
A vocês, meus queridos irmãos e leitores do Cartas Gospel, deixo essa reflexão com o desejo sincero de que continuemos juntos, fortalecidos na fé, vigilantes e prontos para defender a moral, a ordem e a verdade que somente Jesus Cristo pode oferecer. Que o Senhor nos conduza e nos abençoe abundantemente nessa missão.
Em Cristo Jesus,
Leandro G. Veras