
Queridos irmãos e amigos leitores,
Hoje, desejo compartilhar com você uma história tocante e que nos faz refletir sobre o custo da fé verdadeira e do compromisso com Cristo. A história de Ghazal Marzban, uma cristã iraniana de 41 anos, é um exemplo vivo da luta de muitos irmãos nossos que, por amarem a Jesus, enfrentam o peso da perseguição.
Ghazal, uma mulher que decidiu seguir o Senhor, foi presa em novembro do ano passado por um motivo aparentemente simples, mas, na verdade, muito profundo: o desejo de expressar sua fé publicamente. Sua prisão, no entanto, não foi o fim de sua luta. Ela foi encarcerada em uma das prisões mais temidas do Irã, a prisão de Evin, onde muitos cristãos e outros dissidentes do regime enfrentam sofrimento e injustiça. Durante dois meses, Ghazal permaneceu lá, sendo ameaçada e confrontada com uma realidade brutal: se ela ousasse manifestar sua fé novamente, poderia ser condenada a mais quatro meses de prisão e até receber 74 chicotadas, conforme as leis draconianas que regem a perseguição religiosa no Irã.
Você já parou para pensar no que é capaz de mover alguém a tomar uma decisão tão corajosa? Uma decisão que, em muitos casos, pode significar prisão, tortura, e até a morte? O que faria você seguir a Cristo mesmo diante de tamanha adversidade? Ghazal foi mais longe do que muitos de nós poderíamos imaginar. Ela não apenas resistiu à tentação de desistir, mas também se levantou contra a injustiça ao protestar contra os abusos que sofreu, ao mesmo tempo em que fazia uma greve de fome por cinco dias como protesto adicional contra sua prisão. O coração de uma pessoa que escolhe Cristo acima de tudo isso é um coração transformado. E é essa transformação que precisamos entender e valorizar.
Não se engane, queridos irmãos, nós também estamos sendo chamados a tomar decisões ousadas por Cristo. Embora a nossa perseguição não se compare com a de Ghazal e de tantos outros ao redor do mundo, a perseguição moral e espiritual, o peso do pecado e da incredulidade ao nosso redor, também exigem de nós coragem e perseverança. Cada vez mais, vemos que, em muitas nações, o simples ato de manifestar a fé em Jesus Cristo é motivo de escárnio, de insultos, e em alguns lugares, de punição severa. Mas como temos respondido a isso? Nós, que temos liberdade para professar nossa fé sem medo de represálias, sabemos o valor dessa liberdade? Será que estamos dispostos a ser fiéis a Cristo, não importando as consequências?
Quando Ghazal foi libertada, ela não estava livre para viver sua fé em paz. Ela foi liberada, mas sob grandes condições. O regime do Irã ainda a vigiava e ameaçava severas punições caso ela reincidisse na “ofensa” de expressar sua fé. A liberdade dela, então, não era verdadeira liberdade, pois estava condicionada a negar a Cristo, a esconder-se, a permanecer calada. Mas o que faz uma mulher como ela continuar a caminhar com o Senhor, sabendo que, a qualquer momento, sua vida poderia ser novamente interrompida por causa de sua fé? Somente o amor de Cristo pode sustentar alguém assim. Somente a certeza da salvação eterna, somente o conhecimento de que o Reino de Deus está acima de tudo isso, é capaz de fazer com que alguém continue fiel, mesmo quando todas as probabilidades estão contra ela.
Eu te convido, querido irmão, a refletir sobre o quanto a nossa fé, muitas vezes, é moldada por conveniências e conforto. Quantas vezes nos escondemos ou evitamos ser radicais no nosso compromisso com Cristo, com medo do que os outros pensarão ou com medo das consequências sociais que podem vir de uma postura cristã firme? Eu sei que, muitas vezes, a nossa vida confortável nos cega e nos impede de ver o quão valiosa é a nossa fé. Mas Ghazal nos ensina que, quando encontramos a verdadeira razão para viver, nada neste mundo poderá nos deter. Ela foi chamada para viver de maneira ousada, para não temer as ameaças do homem, mas sim para temer ao Senhor. E, mesmo em meio a todas as dificuldades, ela encontrou consolo naquilo que realmente importa: o amor de Cristo.
E é essa mesma verdade que deve nos mover, amados. O que é que temos realmente perdido por causa da nossa fé? Será que temos mesmo um preço alto a pagar, ou simplesmente nos omitimos porque a nossa sociedade não nos pede muito? Talvez, em muitos casos, seja hora de revermos nossa postura como cristãos. Não devemos esperar que a perseguição venha até nós para que possamos ser firmes. Ao contrário, precisamos nos preparar desde já, fortalecer nossa fé e, acima de tudo, manter nossos olhos fixos em Cristo, sabendo que, no final, a nossa recompensa é celestial.
A vida de Ghazal nos desafia a sermos mais do que cristãos que simplesmente aguardam a volta de Cristo. Somos chamados a ser testemunhas vivas do poder transformador de Deus, a ser sal e luz em um mundo que está em trevas. E como podemos ser essa luz, se não estamos dispostos a arder por Cristo, mesmo que isso signifique o desconforto ou a perseguição?
Nós, que vivemos em países onde a liberdade religiosa ainda é garantida, devemos ser gratos a Deus por isso. No entanto, essa liberdade também traz consigo a responsabilidade de ser valente e audaz na nossa fé. Não podemos nos esquecer dos nossos irmãos que sofrem por causa da sua fidelidade a Cristo. Não podemos olhar para o sofrimento deles e simplesmente pensar que é algo distante de nós. Devemos interceder por eles, apoiar os ministérios que ajudam os cristãos perseguidos e, mais importante, nos preparar espiritualmente para quando a nossa própria fé for testada. Pois, como a Bíblia diz, se somos fiéis nas pequenas coisas, também seremos fiéis nas grandes.
Que, ao olhar para a vida de Ghazal, possamos ser inspirados a viver de maneira mais corajosa, mais ousada, mais convicta em nossa fé. Que possamos ser como ela, dispostos a pagar o preço pela nossa fé, sabendo que nada neste mundo vale mais do que a promessa de vida eterna com Cristo. E que, acima de tudo, possamos viver a nossa vida cristã não por obrigação ou por medo, mas por amor a Cristo, aquele que deu tudo por nós. Que o nosso coração arda pela Sua glória e que nossa fé seja firme, inabalável, como a de Ghazal, que, mesmo ameaçada, continuou a crer, a viver e a professar sua fé em Cristo.
Com informações Portas Abertas