Cristãos fogem da Nigéria após massacres brutais e ataques durante sepultamentos

Queridos amigos e leitores do Cartas Gospel, Hoje escrevo a vocês não

Queridos amigos e leitores do Cartas Gospel,

Hoje escrevo a vocês não apenas como alguém que compartilha informações, reflexões e testemunhos, mas como um irmão em Cristo profundamente tocado pelas dores de outros membros do nosso Corpo — dores que ecoam do outro lado do oceano, em terras que muitos de nós talvez jamais pisem, mas onde há cristãos que, como nós, chamam Jesus de Senhor. Quero falar com você sobre a Nigéria, mais especificamente sobre a tragédia impiedosa que se desenrola em silêncio sob os olhos do mundo — mas não sob os olhos de Deus.

Nesta última semana, mais uma vez, a violência extremista contra os cristãos ultrapassou os limites do imaginável. Enquanto o mundo se distrai com disputas políticas, entretenimento vazio ou causas passageiras, o sangue dos filhos e filhas de Deus continua sendo derramado no solo do Cinturão Médio da Nigéria. Nos estados de Benue, Taraba e Plateau, o horror não é mais esporádico, mas constante. Uma verdadeira campanha de extermínio sistemático tem sido conduzida contra cristãos — homens, mulheres, crianças — apenas por uma única e inabalável convicção: seguirem Jesus Cristo.

Em Benue, pelo menos 40 cristãos ligados à igreja de Makurdi foram assassinados por extremistas do povo fulani. Entre as vítimas, estavam pais, mães, filhos e filhas — irmãos e irmãs nossos. O líder da diocese local, Wilfred Anagbe, fez recentemente um apelo nos Estados Unidos, clamando à comunidade internacional por ajuda. Mas você sabe o que dói? É que esse clamor, muitas vezes, não encontra eco. É como se a dor do cristão na Nigéria fosse invisível. Como se a vida dele valesse menos do que a de qualquer outro cidadão do mundo.

“Isso é horror, isso é terror”, disse o líder Oliver Ortese ao descrever a situação que ele e sua comunidade enfrentam. Você consegue imaginar isso? Você consegue imaginar viver com medo de cada barulho de madrugada, de cada sombra que cruza o campo de visão, sabendo que pode ser o último som que se ouvirá antes da morte? Em Taraba, jihadistas armados invadiram vilarejos em plena madrugada, atirando aleatoriamente, sem dó, sem filtro, sem qualquer humanidade. O sobrevivente Soja Emmanuel disse: “Não sabíamos para onde correr.” Pense nisso: cristãos correndo no escuro, em desespero, com seus filhos nos braços, sem saber se estariam vivos no minuto seguinte. Isso não é um filme. Isso é real. E está acontecendo agora.

Pior: no estado de Plateau, homens armados invadiram um funeral coletivo. Você consegue imaginar isso? Invadir um funeral? Matar os enlutados? Um soldado local relatou que, até o meio-dia daquele sábado, 42 corpos já haviam sido contados. “Isso vai além de tudo o que já vimos”, disse ele. E eu pergunto: isso vai além do que nós suportamos saber?

Enquanto escrevo estas palavras, milhares de cristãos estão escondidos em florestas, em montanhas, sem ter para onde ir. Famílias inteiras foram arrancadas de suas casas. Muitas tentam retornar e descobrem que suas moradias foram destruídas, suas igrejas queimadas, seus pertences saqueados. Sem opção, são levadas para acampamentos improvisados, sem água potável, sem alimentação adequada, sem medicamentos. Sem dignidade. E, mesmo assim, permanecem firmes em sua fé.

É impossível não pensar em Hebreus 13:3, que nos exorta: “Lembrem-se dos que estão presos, como se estivessem com eles na prisão; dos que estão sendo maltratados, como se vocês mesmos estivessem sendo maltratados.” Não podemos mais ler esse versículo como uma frase bonita de encorajamento. Precisamos vivê-lo. Precisamos sentir em nossa carne e em nosso espírito o que esses nossos irmãos estão enfrentando. Isso é evangelho puro. Isso é comunhão verdadeira.

O especialista jurídico da Portas Abertas na África Subsaariana, John Samuel, fez uma observação que não pode ser ignorada: “A perseguição aos cristãos na Nigéria atingiu níveis tão altos que os observadores têm dificuldade em documentar cada atrocidade antes que a próxima comece.” Em outras palavras, a velocidade do sofrimento é maior do que a capacidade de registrá-lo. Isso é inaceitável. Isso é desumano. E, mais do que nunca, isso exige a nossa reação imediata — espiritual e prática.

É tempo de levantar a nossa voz em oração, sim, mas também em ação. Muitas vezes nos perguntamos: “O que posso fazer daqui?” Meu irmão, minha irmã, posso garantir que há muito o que você pode fazer. Pode começar agora mesmo, dobrando seus joelhos e clamando por proteção, socorro e consolo aos nossos irmãos na Nigéria. Mas não pare por aí. Divulgue. Compartilhe. Ensine seus filhos. Fale com sua igreja. Contribua com quem atua diretamente no campo.

E, se você precisa de um momento para agir junto a milhares, então receba com urgência este convite: no dia 15 de junho de 2025, mais de 16 mil igrejas se unirão em clamor pelos cristãos perseguidos. É o Domingo da Igreja Perseguida (DIP). Este é o dia em que o povo de Deus no Brasil e no mundo erguerá sua voz de forma coletiva e poderosa. E você precisa estar conosco. Sua voz importa. Sua presença importa. Sua intercessão pode mudar destinos.

Talvez você pense que a Nigéria está longe demais. Mas lembre-se: a Igreja é uma só. O sofrimento de um membro é o sofrimento do Corpo. Você não pode ignorar isso e continuar sua semana como se nada estivesse acontecendo. Você não pode fechar os olhos. Não agora. Não quando nossos irmãos e irmãs estão sendo assassinados por carregarem o nome de Cristo.

E eu pergunto com ousadia: se você estivesse na pele de um cristão nigeriano hoje, o que esperaria de nós aqui no Brasil? Esperaria silêncio? Esperaria descaso? Esperaria orações apáticas? Claro que não. Você esperaria o que o evangelho sempre nos ensinou: amor, compaixão, unidade, socorro.

A dor da Nigéria não é apenas um drama internacional. É uma oportunidade divina de sermos Igreja de verdade. De mostrarmos ao mundo que não somos apenas um grupo religioso, mas uma família de fé inabalável. Não deixemos que o sangue dos mártires nigerianos se torne só mais uma estatística. Não permitamos que seus clamores sejam abafados por nossa indiferença. Não repitamos a frieza de um mundo que já virou o rosto.

Esta é a hora de sermos a resposta. A resposta para o grito de Oliver Ortese, de Soja Emmanuel, de Ande Emanuel, de cada mãe que perdeu seu filho, de cada filho que ficou órfão. A resposta para quem está escondido agora numa floresta, confiando em Deus e esperando que os irmãos de longe lembrem-se dele.

E, se você leu esta carta até aqui, quero que saiba: você foi chamado para esse tempo. Não foi por acaso que você chegou até essas palavras. Talvez o Espírito Santo esteja tocando seu coração agora mesmo, e você sabe que não pode permanecer calado. Então, aja. Compartilhe este clamor. Mobilize sua igreja. Prepare-se para o DIP 2025. Doe. Ore. E jamais se esqueça: quando um cristão nigeriano sangra, nós sangramos juntos.

Que o Senhor nos desperte. Que Ele não permita que nossa fé seja cômoda, enquanto nossos irmãos são perseguidos por crerem na mesma Verdade que nós. Que Ele encontre em nós um povo disposto a amar com ação, a sofrer com empatia e a interceder com urgência.

Com fé, esperança e compromisso com o Evangelho,

Leandro G. Veras
Cartas Gospel

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Romanos 13:1-2

1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. 2 Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se opondo contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.

Isaías 10: 1-3

1 Ai daqueles que promulgam leis iníquas, e todos que elaboram decretos opressores, 2 a fim de privar os pobres dos seus direitos e evitar que os oprimidos do meu povo tenham pleno acesso à justiça, transformando as viúvas em presas de suas ambições e despojando os órfãos! 3 Pois bem, que fareis no Dia do Castigo, quando a destruição vier de um lugar distante, mas certeira? A quem correreis em busca de abrigo e socorro, onde deixareis as vossas riquezas,…

Leandro G. Veras

Cartas Gospel

Alcançado pelo evangelho de Jesus Cristo em 1979 e, desde então, apaixonado pela Palavra de Deus.  Compromisso é comunicar a Verdade com amor e convicção, inspirando e esperança em Cristo.

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