
Querido leitor do Cartas Gospel,
Vamos refletir, juntos, sobre as palavras que nos chegam, desafiadoras e carregadas de verdades a serem compreendidas sob a luz da Palavra de Deus. O cenário político brasileiro tem gerado intensos debates, principalmente no que diz respeito à relação entre os evangélicos e o governo Lula. Como cristãos, precisamos aprender a distinguir entre as questões temporais e as eternas, sem jamais perder o foco em nossa missão de viver segundo os princípios de Cristo.
Recentemente, a pesquisa Datafolha mostrou uma insatisfação crescente entre os evangélicos com a administração petista, e, sem dúvida, esse quadro não é apenas um reflexo da política, mas também um reflexo de um povo que, como todo ser humano, é suscetível ao sofrimento das condições econômicas e sociais. O que os números revelam é uma crise de confiança, algo que, ao meu ver, vai além da simples rejeição a um governo ou a um partido, mas sim algo que toca em questões mais profundas que envolvem nossa identidade como filhos de Deus.
À luz da Palavra de Deus, precisamos entender que nossa confiança não deve estar nas instabilidades dos sistemas terrenos, mas em Deus. Em Salmo 146:3, somos advertidos: “Não confieis nos príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação.” Nossa lealdade, portanto, deve ser ao Senhor, e não ao governo ou às ideologias de momento. O que vemos, no entanto, é uma nação que se desvia desse caminho, buscando em líderes humanos a solução para seus dilemas. A crise econômica, que impacta diretamente o bolso de tantas famílias, tem sido um terreno fértil para a frustração, e a política parece não entregar aquilo que foi prometido. E, como cristãos, precisamos discernir onde está o real problema.

A economia descalibrada, como apontado pela cientista política Ana Carolina Evangelista, é um grande obstáculo. Afinal, um governo que não consegue entregar resultados tangíveis para a população mais vulnerável, principalmente entre os evangélicos, está falhando em sua missão. No entanto, como cristãos, devemos lembrar que nossa esperança não está nas soluções humanas, mas no Senhor que, apesar de todas as dificuldades, é nosso provedor. O Salmo 23:1 diz: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” Esse é o ponto crucial que os evangélicos, e todos os cristãos, devem entender: nossa verdadeira segurança está na providência de Deus, não nos altos e baixos da política.
Ao mesmo tempo, como observamos, a relação entre os evangélicos e o governo Lula também é marcada por uma história de desconfiança. Os anos de intensa campanha antipetista, que ecoaram nas igrejas, não desapareceram de um dia para o outro. As igrejas evangélicas, especialmente aquelas que se identificam com valores conservadores, não podem simplesmente esquecer as preocupações relacionadas a questões morais, como o aborto e os direitos LGBTQIA+. Não podemos, sob nenhuma circunstância, comprometer os princípios que a Bíblia nos ensina para agradar aos homens. Romanos 12:2 nos alerta: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente.” A verdadeira renovação que deve acontecer em nosso coração não se dá pelo alinhamento com ideologias políticas, mas pela submissão à Palavra de Deus.

Aqui, precisamos entender um ponto essencial. A agenda moral não pode ser negligenciada. Mesmo diante da crescente insatisfação com a economia e os custos da vida, nossa visão não deve ser limitada ao aqui e agora, mas deve estar focada na verdade que transcende qualquer governo ou sistema. A Bíblia nos ensina que os governantes estão sujeitos à soberania divina, e que, em última análise, Deus é quem estabelece os tempos e as estações. Como cristãos, devemos ser prudentes, orando pelos nossos líderes e intercedendo para que o Senhor os guie em sabedoria e justiça. Porém, também devemos ser firmes em nossa fé, nunca cedendo em questões que são claras na Escritura.
Neste ponto, o desafio para os evangélicos e para nós, como Igreja, é grande. O governo Lula, como todos os governos, precisa entender que a fé cristã não pode ser tratada como um simples ponto de negociação política. A Bíblia não é um livro de conveniência, mas a revelação divina da vontade de Deus. Quando as agendas políticas entram em conflito com os valores bíblicos, nossa lealdade é, e sempre será, com o Senhor. Mateus 6:24 nos ensina: “Ninguém pode servir a dois senhores.” Portanto, se há alguma crise entre os evangélicos e o governo, ela não se resume apenas a uma questão econômica, mas a uma questão de princípios e fidelidade.
Se você, querido leitor, está preocupado com os rumos da política e com os impactos na vida cotidiana, lembre-se: nossa verdadeira cidadania está no céu. Filipenses 3:20 afirma: “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” Mesmo diante das dificuldades políticas e econômicas, nossa esperança e nosso foco devem ser no Senhor Jesus Cristo, que tem a palavra final sobre todos os acontecimentos.
Eu sei que o cenário é desafiador, e que muitos se sentem frustrados com a falta de soluções imediatas. Mas, como cristãos, precisamos confiar que Deus está no controle. Ele usa as circunstâncias e até mesmo as falhas humanas para cumprir Seus propósitos divinos. E, enquanto aguardamos o retorno de Cristo, devemos ser luz em um mundo em trevas, sempre nos lembrando de que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28).
Portanto, não permita que as dificuldades deste mundo roubem sua paz. Não permita que as incertezas políticas e econômicas abalem sua fé. Mantenha seus olhos fixos em Cristo, o autor e consumador da nossa fé, e saiba que Ele, e somente Ele, tem o controle de todas as coisas. Mesmo quando as circunstâncias parecem caóticas, Deus está trabalhando para o bem de Seu povo. Nossa missão é permanecer firmes, orar e viver de acordo com a verdade da Palavra de Deus.
Em Cristo, temos uma esperança que nada pode tirar. Que a paz de Cristo, que excede todo entendimento, guarde o seu coração e a sua mente.
Com informações Folha de S.Paulo