Depois de adulto norte-coreno descobre que sua família era cristã

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, Ao ler o testemunho de Jung

Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

Ao ler o testemunho de Jung Jik, no portal Portas Abertas, meu coração ficou apertado, e meus olhos, marejados. Como é possível que alguém viva sob tamanha opressão e, ainda assim, mantenha a fé firme no Senhor Jesus? Enquanto escrevo a vocês, sinto um profundo pesar pela dor que ele e sua família enfrentaram, mas também uma imensa admiração por sua coragem e perseverança. Que esta carta chegue ao seu coração e o toque assim como o testemunho de Jung Jik tocou o meu.

A Coreia do Norte é conhecida como o lugar mais perigoso do mundo para um cristão. Lá, falar o nome de Jesus em voz alta é praticamente uma sentença de morte. E, no entanto, foi lá que o Senhor plantou a semente da fé em Jung Jik, usando as orações sussurradas de sua avó, mesmo quando ela tinha que esconder sua fé para proteger sua vida. Imagino aquela senhora humilde, murmurando suas orações enquanto cozinhava arroz, lançando palavras ao vento, confiando que Deus as recolheria. Que fé poderosa!

Nosso irmão cresceu sem conhecer o Evangelho, acreditando, como tantos outros norte-coreanos, que Kim Il-sung era o único deus. O sistema opressor o cercava de todas as formas possíveis, impedindo-o de ouvir sobre Cristo. É assustador imaginar que até as crianças são ensinadas a delatar seus pais. O medo e a desconfiança enraizados na sociedade norte-coreana são incompreensíveis para nós, que vivemos em liberdade.

E, no entanto, no meio desse ambiente hostil, Deus estava lá. Jung Jik não sabia, mas sua avó estava intercedendo por ele. E quando o sofrimento chegou à sua porta, quando ele perdeu sua irmã para a fome devastadora dos anos 1990, foi essa fé que o sustentou. Quantos de nós conseguiríamos manter a fé em meio a tamanha dor? Quantos de nós teríamos forças para continuar acreditando em um Deus amoroso enquanto caminhamos por ruas repletas de corpos sem vida?

A dor e a perda separaram sua família, e ele viu seu pai fugir para um país estrangeiro em busca de comida. O ressentimento tomou conta de seu coração, mas Deus estava trabalhando em silêncio. Seu pai encontrou Cristo em sua jornada, e essa decisão trouxe perseguição e tortura, mas também a salvação para toda a família. As palavras que ele escreveu na mão – seguidor de Jesus – ecoaram na alma de Jung Jik, plantando nele a semente que cresceria no tempo certo.

Sua primeira fuga foi desesperada, e a prisão logo o aguardava. Mas Deus estava lá, até mesmo naquele lugar de sofrimento. Quando ele escapou pela segunda vez, a Igreja o acolheu, e ele finalmente ouviu as palavras que sua alma ansiava. Jesus Cristo foi apresentado a ele, e pela primeira vez em sua vida, ele orou.

Quantas vezes nós, que temos liberdade para orar e adorar, tomamos isso como garantido? Lendo o relato de Jung Jik, me envergonhei das vezes em que negligenciei minha vida de oração. Ele, que não conhecia nada sobre o Evangelho, clamou a Deus em desespero, e o Senhor respondeu.

Aquele que nunca havia ouvido o nome de Jesus o encontrou na prisão, no meio do sofrimento. E, assim como o apóstolo Paulo, ele prometeu ao Senhor: “Se você abrir o caminho, estudarei a Bíblia”. E o caminho foi aberto! O guarda que poderia tê-lo denunciado o escolheu para um trabalho fora da prisão, e ele escapou novamente. Que grande é o nosso Deus, que trabalha até mesmo através de nossos inimigos!

Ao fugir pela terceira vez, Jung Jik manteve sua promessa e estudou a Bíblia. O que me impressiona é sua determinação de voltar para a Coreia do Norte como missionário. Ele, que passou a vida tentando escapar, agora estava disposto a retornar para compartilhar o Evangelho. Isso é fé verdadeira. Isso é entrega total ao chamado de Cristo.

Imagino a cena dele rastejando sobre o gelo fino da fronteira, arriscando a vida para levar as Boas Novas àqueles que vivem nas trevas. Que coragem! Que amor pelas almas perdidas! E quando conheceu aquela senhora idosa que havia esquecido o Evangelho por décadas, mas ainda lembrava a melodia de um hino, meu coração transbordou de emoção. Esse é o poder da Palavra de Deus, que nunca volta vazia!

Através de Jung Jik, toda uma família veio a Cristo, e a fé deles foi tão forte que quando oraram pelo congelamento do rio, o Senhor respondeu com uma nevasca milagrosa. Ao ler esse relato, lembrei-me das palavras de Mateus 17:20: “… se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará”. Foi exatamente o que aconteceu!

Hoje, Jung Jik vive na Coreia do Sul, mas seu coração ainda arde pela Coreia do Norte. Ele acredita que grandes mudanças estão por vir, que o Evangelho romperá as correntes da opressão, trazendo liberdade e salvação. E cabe a nós, como Corpo de Cristo, orar por essa nação.

Queridos irmãos e irmãs, que essa história inspire nossa fé e desperte nosso compromisso com a Grande Comissão. Se Jung Jik pode arriscar sua vida para compartilhar o Evangelho, o que estamos dispostos a fazer? Podemos orar por ele e por todos os cristãos perseguidos na Coreia do Norte. Podemos ajudar financeiramente, garantindo que mais famílias tenham abrigo seguro e suporte emergencial. Podemos compartilhar essas histórias, conscientizando outros sobre a perseguição que nossos irmãos e irmãs enfrentam.

Que o testemunho de Jung Jik reacenda o fogo do Espírito Santo em nossos corações. Que possamos valorizar nossa liberdade de adoração e usá-la para proclamar Cristo com ousadia. Que possamos aprender a orar como aquela família norte-coreana, acreditando que o impossível se torna possível quando clamamos ao Deus vivo.

Com informações Portas Abertas

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Romanos 13:1-2

1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. 2 Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se opondo contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.

Isaías 10: 1-3

1 Ai daqueles que promulgam leis iníquas, e todos que elaboram decretos opressores, 2 a fim de privar os pobres dos seus direitos e evitar que os oprimidos do meu povo tenham pleno acesso à justiça, transformando as viúvas em presas de suas ambições e despojando os órfãos! 3 Pois bem, que fareis no Dia do Castigo, quando a destruição vier de um lugar distante, mas certeira? A quem correreis em busca de abrigo e socorro, onde deixareis as vossas riquezas,…

Leandro G. Veras

Cartas Gospel

Alcançado pelo evangelho de Jesus Cristo em 1979 e, desde então, apaixonado pela Palavra de Deus.  Compromisso é comunicar a Verdade com amor e convicção, inspirando e esperança em Cristo.

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