
Amados irmãos e irmãs em Cristo,
Com corações pesados e olhos voltados para os céus, testemunhamos mais um capítulo doloroso na história da humanidade. No dia 4 de junho de 2025, o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu com o propósito de clamar por um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza. Dos 15 membros do conselho, 14 votaram a favor dessa resolução, mas os Estados Unidos exerceram seu poder de veto, impedindo sua adoção.
A representante interina dos EUA na ONU, Dorothy Shea, justificou o veto afirmando que a resolução não condenava o Hamas nem exigia seu desarmamento e retirada de Gaza. Ela argumentou que aprovar tal medida poderia minar os esforços liderados pelos EUA para negociar um cessar-fogo. Enquanto isso, a população de Gaza, composta por mais de 2 milhões de almas, enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, com a fome à espreita e a ajuda humanitária chegando a conta-gotas desde o fim de um bloqueio de 11 semanas imposto por Israel no mês anterior.
A guerra, que teve início em outubro de 2023 após um ataque do Hamas que resultou na morte de 1.200 pessoas em Israel e no sequestro de cerca de 250 indivíduos, já ceifou a vida de mais de 54.000 palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza. A maioria das vítimas são civis, muitos dos quais ainda estão sob os escombros. A ofensiva israelense continua, com relatos de 45 mortes em Gaza apenas na quarta-feira, enquanto Israel lamenta a perda de um soldado em combate.
A embaixadora do Reino Unido na ONU, Barbara Woodward, criticou as ações de Israel, classificando-as como “injustificáveis, desproporcionais e contraproducentes”, referindo-se à expansão das operações militares e à severa restrição da ajuda humanitária. Por outro lado, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, acusou os membros do conselho que votaram a favor da resolução de escolherem “apaziguamento e submissão”, alertando que tal caminho não levará à paz, mas a mais terror.
Em meio a esse cenário desolador, a distribuição de ajuda humanitária enfrenta desafios significativos. A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos EUA e por Israel, iniciou uma nova operação de distribuição de ajuda, utilizando empresas privadas de segurança e logística dos EUA para transportar alimentos para locais de distribuição considerados seguros. No entanto, a ONU e outras organizações internacionais de ajuda se recusam a colaborar com a GHF, alegando falta de neutralidade, militarização da ajuda e deslocamento forçado de palestinos.
Na terça-feira, um incidente trágico ocorreu perto de um desses locais de distribuição em Rafah, resultando na morte de pelo menos 27 palestinos e dezenas de feridos, segundo autoridades de saúde locais. O exército israelense afirmou que suas forças abriram fogo contra um grupo que consideraram uma ameaça após este ter deixado uma rota de acesso designada e se aproximado de suas posições. A ONU exigiu uma investigação independente sobre o ocorrido, alertando que impedir o acesso à ajuda alimentar pode constituir um crime de guerra.
Apesar das críticas ao modelo de distribuição da GHF, os EUA propuseram um plano de cessar-fogo que prevê a entrega de ajuda pela ONU, pelo Crescente Vermelho e por outros canais acordados. Israel aceitou esse plano, mas o Hamas busca alterações que os EUA consideram “totalmente inaceitáveis”. Enquanto isso, a situação em Gaza continua a se deteriorar, com a ONU alertando que a região se tornou a mais faminta do mundo devido às restrições impostas por Israel à entrada de ajuda humanitária.
Diante do impasse no Conselho de Segurança, uma resolução semelhante, focada em questões humanitárias, deverá ser submetida à votação na Assembleia Geral da ONU, onde nenhum país possui poder de veto e é provável que seja aprovada. No entanto, o embaixador israelense Danon advertiu que nenhuma resolução ou voto impedirá as ações de seu país.
Como comunidade de fé, somos chamados a interceder pelos que sofrem, a clamar por justiça e a agir com compaixão. Que nossas orações se elevem pelos inocentes em Gaza e em Israel, pelas famílias dilaceradas pela guerra e pelos líderes mundiais, para que busquem caminhos de paz e reconciliação. Que o Senhor nos conceda sabedoria e coragem para sermos instrumentos de Sua paz em um mundo tão necessitado de esperança.
Com amor em Cristo,