
Querido irmão,
É com o coração carregado de reflexões profundas que escrevo a você hoje, a fim de partilhar algo que tem se tornado uma grande preocupação não apenas entre os cristãos, mas também em nossa nação. Ao olharmos para o cenário político atual, especificamente no contexto da bancada evangélica, vemos que a confusão entre fé, política e interesses pessoais tem sido um terreno fértil para divisões que geram uma grande angústia. E é justamente sobre isso que desejo refletir com você.
Hoje, falaremos sobre o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), um nome que já não é mais desconhecido entre nós. Ele, que almeja liderar a bancada evangélica no Congresso Nacional, se vê, no entanto, imerso em acusações graves que, com uma frequência assustadora, atingem aqueles que ousam se destacar. Recentemente, em uma entrevista no podcast Fé e Poder, Otoni foi alvo de ataques ferozes, sendo chamado de “comunista gospel”, e mais ainda, de ser um “candidato lulista”, simplesmente por expressar uma opinião que, de acordo com ele, foi mal interpretada.
E aqui, irmãos, começa a grande questão. A Bíblia nos ensina que é necessário ter discernimento para que não sejamos levados por todo vento de doutrina e, no caso que estamos analisando, por todo tipo de ataque e mentira. Otoni de Paula tem se defendido das fake news que, segundo ele, estão sendo disseminadas por aqueles que têm um interesse claro em minar sua candidatura à presidência da bancada. Ele se revolta contra a narrativa de que ele teria se tornado um aliado do governo Lula, algo que, em sua visão, é uma distorção dos fatos. Mas o que nos importa, meus queridos irmãos, é refletir sobre a verdadeira luta que está por trás disso tudo. O que está em jogo não é apenas a política, mas a forma como a igreja tem sido manipulada e dividida por ideologias que pouco têm a ver com os princípios do Reino de Deus.
Otoni, que outrora se mostrava um fervoroso defensor do governo de Jair Bolsonaro, agora se vê em uma posição em que seus aliados de antes parecem se distanciar. Sua postura tem sido questionada, e ele, que antes pregava uma moral conservadora e em alinhamento com a direita, agora se vê sendo atacado por ser, aparentemente, flexível demais em suas opiniões. O que nos ensina isso, irmão? Nos ensina que, em tempos de divisão, a postura de alguns cristãos parece ser conduzida mais por interesses pessoais do que pelo compromisso com os princípios inegociáveis da Palavra de Deus.
É fundamental entender que a bancada evangélica, com seus 219 membros, não é apenas um número significativo no Congresso, mas também uma voz poderosa que pode influenciar o destino de nossa nação. E por isso, é crucial que as escolhas dos nossos representantes sejam feitas com zelo, oração e discernimento. Não podemos, sob nenhuma circunstância, permitir que os interesses partidários ou ideológicos obscureçam a verdade do evangelho e a missão da igreja de ser luz no mundo. E é exatamente isso que tem ocorrido diante de nossos olhos: uma luta pelo poder, onde a moralidade cristã é muitas vezes deixada de lado em nome de alianças políticas.
O deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP), outro nome na disputa pela presidência da bancada, representa uma postura mais próxima da direita, alinhado com Jair Bolsonaro e com figuras proeminentes do movimento evangélico conservador, como o pastor Silas Malafaia e o deputado Sóstenes Cavalcante. De fato, ele é visto como um defensor da moral cristã, da família e dos valores que sempre buscaram ser sustentados pela igreja ao longo da história. Mas será que, no fim das contas, não estamos sendo chamados para algo ainda mais sublime e superior do que simples alinhamentos políticos?
À luz da Palavra, somos chamados a ser instrumentos de paz, justiça e verdade. Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, não Se envolveu com disputas políticas mundanas, mas Se preocupou com o que estava no coração das pessoas, com os princípios eternos de Deus. E é isso que nós, como cristãos, precisamos resgatar neste momento. Não podemos nos deixar levar por discursos que tentam desviar nossa atenção do propósito divino para nossa vida e para a vida de nossa nação. Se a fé em Cristo não nos guia nas nossas escolhas, então o que é que realmente estamos buscando?
Você e eu sabemos que a bancada evangélica não pode ser um campo de disputa pelo poder político, mas sim uma plataforma para promover a justiça, a verdade e os valores que Deus colocou em nosso coração. Se queremos ver o Reino de Deus sendo exaltado em nossa nação, precisamos tomar decisões sábias, fundamentadas na Palavra, e não ceder às pressões de quem tenta desvirtuar nossa missão.
Parece-me que o grande erro cometido por muitos desses líderes é esquecerem que a política deve ser um reflexo do Reino de Deus e não o contrário. A tentação de entrar nos jogos de poder e influência que caracterizam o ambiente político pode ser grande, mas devemos lembrar sempre que a nossa lealdade não está em homens, mas em Deus, e é somente Ele quem direciona os nossos passos.
Por fim, peço que reflita comigo sobre a real missão da igreja neste tempo. O que nós, como corpo de Cristo, devemos fazer diante dessa confusão? Devemos buscar a paz, a unidade e, acima de tudo, a verdade que vem de Deus. Não podemos permitir que ideologias políticas ou alianças partidárias se sobreponham ao que é fundamental: nosso compromisso com a Palavra de Deus, que é a única base sólida para a nossa fé.
Nosso país está em um momento crítico, e a bancada evangélica possui uma grande responsabilidade nas mãos. O que devemos fazer, então, irmãos, é continuar orando por nossos líderes e por todos os que buscam servir a Deus e à pátria de forma justa e honesta. Mas, ao mesmo tempo, precisamos vigiar e questionar aqueles que, em nome de Jesus, se aproveitam da fé para fins pessoais e políticos. A Bíblia nos ensina que o juízo começa pela casa de Deus, e não podemos fechar os olhos diante dos desafios que a igreja enfrenta nesse cenário.
Que Deus nos conceda sabedoria e discernimento para fazer as escolhas certas, não só nas urnas, mas em cada área de nossa vida. Que possamos ser fiéis à nossa vocação de cristãos, que é, acima de tudo, levar o Reino de Deus aonde quer que estejamos. E que, ao olhar para o futuro da nossa nação, possamos estar confiantes de que, seja qual for o resultado das disputas políticas, o Senhor é quem continua no controle de tudo.
Com amor em Cristo,
Com informações Estado de Minas