
Amados irmãos em Cristo,
Escrevo-lhes com o coração profundamente entristecido e a alma angustiada diante dos horrores que assolaram nossos irmãos na fé na República Democrática do Congo. No último final de semana, a violência desenfreada do mal revelou sua face mais cruel, ceifando as vidas de 70 cristãos que foram brutalmente decapitados dentro de uma igreja protestante na província de Kivu do Norte. O sangue desses mártires clama aos céus, e nós, como corpo de Cristo, não podemos permanecer indiferentes.
Segundo informações da Missão Portas Abertas, essas almas foram sequestradas, levadas à igreja e ali encontraram seu último suspiro neste mundo. Homens e mulheres foram arrancados de suas casas, separados de seus entes queridos e conduzidos ao martírio pelas mãos de terroristas das Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo vinculado ao Estado Islâmico. O relato dos sobreviventes e das autoridades locais revela um cenário de horror que ultrapassa nossa capacidade de compreensão: pessoas amarradas, assassinadas de forma impiedosa, tudo em meio ao silêncio aterrorizante de uma noite que deveria ser de paz.
Diante dessa tragédia, é inevitável perguntar: até quando, Senhor? Até quando Teus filhos sofrerão tamanha perseguição por proclamarem Teu nome? Até quando os ímpios continuarão a espalhar terror sobre os Teus servos? Essas perguntas não são novas, amados irmãos. Desde os tempos da Igreja primitiva, os seguidores de Cristo têm sido alvo da fúria daqueles que rejeitam a verdade. Estêvão, o primeiro mártir, tombou proclamando a glória de Deus. Os apóstolos enfrentaram prisões, açoites e mortes cruéis. O próprio Senhor nos advertiu: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, odiou a mim” (João 15:18).
Mas há algo que não podemos esquecer: o sofrimento dos santos não é em vão. A Palavra de Deus nos assegura que os que são perseguidos por causa da justiça são bem-aventurados, pois deles é o Reino dos Céus (Mateus 5:10). O testemunho de cada um desses cristãos ecoa pelos séculos, inspirando-nos a permanecer firmes na fé, independentemente das circunstâncias. O inimigo pode tentar calar a voz da Igreja, mas jamais apagará a luz que brilha nas trevas.
O que ocorreu na aldeia de Mayba e na vila de Kasanga não é um evento isolado. O caos e a insegurança dominam Kivu do Norte, obrigando escolas, igrejas e hospitais a fecharem suas portas. Pastores e líderes religiosos se veem impotentes diante da violência incessante, enquanto muitos cristãos são forçados a fugir para salvar suas vidas. Não podemos nos calar diante desse cenário. Se uma parte do corpo sofre, todo o corpo sofre junto (1 Coríntios 12:26). Portanto, não apenas lamentemos essa tragédia, mas ergamos um clamor diante do trono de Deus, intercedendo pelos nossos irmãos.
É necessário que o mundo saiba. É imprescindível que as autoridades ajam. O sangue dos mártires não pode ser derramado em vão. Como Igreja, temos o dever de denunciar essa perseguição e exortar aqueles que têm poder para agir. A impunidade não pode reinar. A Missão Portas Abertas já se manifestou, apelando para que a comunidade internacional intervenha em favor dos cristãos no Congo. Devemos nos unir a esse clamor, levando essa causa a nossos governantes, à mídia e, acima de tudo, aos céus em oração fervorosa.
Mas não apenas isso, irmãos. Nosso papel como Corpo de Cristo vai além das palavras e das preces. Devemos lembrar daqueles que sofrem, sustentando-os material e espiritualmente. Há missionários arriscando suas vidas para levar consolo aos enlutados, socorro aos feridos e esperança aos perseguidos. Há cristãos deslocados, vivendo em condições precárias, necessitando do nosso apoio. Que não fechemos nossos olhos para suas dores! Se temos condições de ajudar financeiramente, façamo-lo. Se podemos compartilhar informações, que o façamos incansavelmente. E, acima de tudo, se podemos orar, que o façamos sem cessar.
A perseguição não é um capítulo novo na história da Igreja, mas um sinal de que os tempos se aproximam. Jesus nos alertou: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome” (Mateus 24:9). O sofrimento dos cristãos no Congo, na Nigéria, na Coreia do Norte e em tantos outros lugares do mundo nos lembra que nossa fé tem um preço. Mas também nos lembra que nossa recompensa está nos céus. Como Paulo declarou: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Romanos 8:18).
Portanto, irmãos amados, não nos deixemos abater. Sejamos perseverantes. A Igreja de Cristo jamais será destruída, pois as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mateus 16:18). Sejamos fiéis em nosso chamado, anunciando o Evangelho sem temor, amando aqueles que nos perseguem, sustentando os que sofrem e aguardando com esperança o dia glorioso em que nosso Senhor retornará para restaurar todas as coisas.
Que a graça e a paz do nosso Senhor Jesus Cristo estejam convosco. Que Ele fortaleça os que choram, sustente os que lutam e nos dê coragem para sermos testemunhas fiéis até o fim. Oremos, intercedamos e não nos esqueçamos: a nossa vitória está em Cristo.
Com informações Gospel Mais