O milagre da conversão de Miftah na Etiópia

Meus amados irmãos em Cristo, Hoje escrevo a vocês com o coração

Meus amados irmãos em Cristo,

Hoje escrevo a vocês com o coração profundamente tocado, movido por um testemunho que chegou até mim por meio de nossos preciosos irmãos da Portas Abertas, que continuam fielmente a nos revelar histórias de fé, coragem e transformação em lugares onde o nome de Jesus ainda custa caro aos que ousam pronunciá-lo.

Quero compartilhar com vocês a história de um jovem que me fez refletir, chorar, orar e, acima de tudo, renovar minha esperança na atuação soberana do nosso Deus em meio às trevas. Um jovem chamado Miftah — nome fictício, mas história absolutamente real — que vive no Centro da Etiópia, um país onde os ventos do Evangelho sopram em meio à poeira da perseguição.

Miftah tinha apenas 26 anos quando tudo começou. Criado em um lar islâmico devoto, ele se dedicava com afinco aos estudos no Alcorão. Sonhava em servir em sua madrassa, escola religiosa islâmica, como professor ou líder. Seu futuro parecia traçado. Aos olhos de sua comunidade, ele caminhava na direção certa. Mas o Senhor, em Sua infinita graça, já tinha outros planos.

Durante suas férias no ano de 2022, Miftah voltou à sua vila natal para visitar a família. Um retorno comum, cotidiano — exceto por um detalhe que mudaria tudo. Ao passar por uma igreja cristã, ele viu um grupo reunido em uma conferência. A curiosidade o venceu. Não era a fé dele, não era o espaço dele, mas havia algo ali que o puxava, um chamado silencioso que ele ainda não compreendia, mas que já o envolvia com ternura. Ele entrou.

Apenas entrou. Apenas por observar. Apenas por olhar — e por isso, foi brutalmente atacado.

Seus vizinhos, muçulmanos radicais, logo correram até sua família para contar o que haviam presenciado. Miftah, sem nada entender, retornou para casa e foi recebido não com palavras, mas com gritos, insultos e agressões. A violência que sofreu simplesmente por ter atravessado os portões de uma igreja foi intensa. Mas, como é maravilhoso nosso Deus: o que era para afastá-lo, só despertou nele mais sede. Em vez de fugir, ele voltou. E voltou com mais fome.

Aquela primeira visita se transformou em uma decisão profunda. Miftah não apenas assistiu à conferência cristã — ele participou dela até o fim. E no terceiro dia, como que num reflexo do poder da ressurreição do nosso Senhor Jesus, ele entregou sua vida a Cristo.

Glória a Deus nas alturas! O filho pródigo — mas que ainda não sabia que era filho — havia voltado para casa.

No entanto, como todos nós bem sabemos, seguir Jesus nem sempre significa paz exterior. Pelo contrário: às vezes, é aí que começa o verdadeiro campo de batalha.

A notícia da conversão de Miftah se espalhou como fogo em palha seca. E então veio a tormenta. Em setembro daquele mesmo ano, seus vizinhos o amarraram pelas costas e o agrediram publicamente. Ele foi espancado sem misericórdia, não por ter feito mal a alguém, mas por ter crido em Jesus Cristo. Em meio à multidão, a voz do próprio pai ecoou em pranto e ódio: “Ele não é mais meu filho, ele me traiu! Desonrou nossa fé ao se afastar dela!”

Ah, irmãos… Que dor indescritível deve ser ouvir essas palavras daquele que te deu o nome, aquele que deveria proteger, amar, acolher. Mas mesmo diante da rejeição paterna, o nosso Pai eterno o abraçava com braços abertos.

As perseguições não pararam por aí. Todas as suas roupas foram queimadas. Tudo o que possuía foi tirado. As terras da família, que seriam sua herança, lhe foram negadas como se ele já não fosse mais parte da linhagem. E então, para completar o ciclo de rejeição, foi expulso da aldeia, arrancado da sua história, da sua casa, do seu povo.

Mas sabe, meus irmãos? O Senhor que permite a fornalha, é o mesmo que caminha conosco em meio ao fogo.

Enquanto o mundo o empurrava para fora, o Corpo de Cristo o puxava para dentro. Ele recebeu ajuda emergencial dos parceiros da Portas Abertas: alimentos, roupas, um lugar para morar. O básico da sobrevivência, mas também o essencial para recomeçar. Era o início de uma nova jornada, agora com Cristo, e com a comunidade dos santos ao seu redor.

E então veio mais um presente de Deus. Em abril de 2024, Miftah foi convidado para participar de um treinamento sobre traumas. E ali, naquele ambiente de cura, algo extraordinário aconteceu: sua dor se transformou em compaixão. Sim, queridos irmãos. Aqueles que antes habitavam o coração de Miftah como feridas abertas, agora eram vistos por ele com olhos cheios de misericórdia.

Em suas próprias palavras:
“Quando vi aquelas pessoas, aquelas que me batiam, me perseguiam, incluindo minha mãe e meu pai, e que fizeram todas aquelas coisas comigo, tive sentimentos ruins. Eu costumava me sentir injustiçado pelo que tinham feito comigo. Mas depois que vim para cá e participei do treinamento, percebi que o que costumava me ferir não era útil e nem tinha valor.”

Oh, que palavra poderosa! O que costumava me ferir não era útil e nem tinha valor. Eis aí uma lição que muitos de nós levamos uma vida inteira para aprender.

Miftah entendeu que a perseguição o empurrou para o colo de Deus. Que seus agressores, mesmo sem saber, o colocaram na trilha da salvação. E mais: ele aprendeu a agradecer àqueles que o rejeitaram.

Que milagre, irmãos. Que exemplo. Que Evangelho é esse, senão o Evangelho da cruz? Quem, senão Jesus, pode gerar tamanha transformação?

Não há palavras suficientes para expressar a profundidade dessa mudança. De ódio à gratidão. De sofrimento à cura. De exclusão à reconciliação com Deus. Miftah encerrou seu testemunho dizendo: “Agora estou curado, este treinamento apagou o ódio que eu costumava ter em mim.”

E eu pergunto: quantos de nós, vivendo em liberdade, ainda carregamos raivas antigas, ressentimentos não resolvidos, dores que se tornaram paredes em vez de pontes?

A história de Miftah é um lembrete vivo e necessário de que o amor de Cristo nos cura de dentro para fora. Que o perdão liberta mais a quem oferece do que a quem recebe. Que o Evangelho é poder para salvação, sim — mas também é poder para cura emocional, restauração familiar, e reconstrução do nosso interior.

Hoje, Miftah continua sua caminhada como cristão, longe da sua aldeia, longe da sua família — mas mais perto do coração de Deus. E, como ele, há muitos outros no Leste da África, incluindo nossos irmãos em Moçambique, que também enfrentam perseguições, expulsões, agressões e ameaças simplesmente por dizerem: “Sim, eu creio em Jesus Cristo.”

E nós, o que temos feito por eles?

Meus queridos, escrevo não apenas para contar uma história, mas para convidá-los à ação. O testemunho de Miftah nos move — mas precisa também nos mobilizar. Existem outros “Miftahs” hoje precisando de apoio, abrigo, alimento, roupas e, acima de tudo, cura para a alma. A Portas Abertas continua realizando treinamentos, socorros emergenciais e apoio espiritual a esses irmãos, mas dependem de nós — do Corpo de Cristo espalhado pelo mundo.

O apóstolo Paulo nos ensina que, quando um membro sofre, todo o corpo sofre com ele. Por isso, oro para que você considere, com coração sincero e generoso, contribuir para essa obra.

Hoje é o dia de sermos resposta. Hoje é o dia de levarmos esperança. Hoje é o dia de sermos ponte entre o sofrimento e a cura. Porque amanhã, talvez sejamos nós a precisar desse mesmo abraço.

Com amor em Cristo,

Com informações Portas Abertas

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Romanos 13:1-2

1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. 2 Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se opondo contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.

Isaías 10: 1-3

1 Ai daqueles que promulgam leis iníquas, e todos que elaboram decretos opressores, 2 a fim de privar os pobres dos seus direitos e evitar que os oprimidos do meu povo tenham pleno acesso à justiça, transformando as viúvas em presas de suas ambições e despojando os órfãos! 3 Pois bem, que fareis no Dia do Castigo, quando a destruição vier de um lugar distante, mas certeira? A quem correreis em busca de abrigo e socorro, onde deixareis as vossas riquezas,…

Leandro G. Veras

Cartas Gospel

Alcançado pelo evangelho de Jesus Cristo em 1979 e, desde então, apaixonado pela Palavra de Deus.  Compromisso é comunicar a Verdade com amor e convicção, inspirando e esperança em Cristo.

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