Meus queridos leitores, amigos e irmãos em Cristo,
Escrevo-lhes hoje com o coração inquieto e o espírito em oração, refletindo sobre os tempos conturbados que vivemos, tempos em que a instabilidade política, as divisões ideológicas e a luta pelo poder nos fazem lembrar que este mundo não é nosso lar definitivo. Quero compartilhar com vocês uma grande inquietação que chega até nós da distante Coreia do Sul, uma nação que, embora esteja a meio mundo de distância, nos ensina profundas lições sobre os desafios da autoridade, da justiça e da verdade.
A Coreia do Sul, um país que floresceu economicamente e se consolidou como um dos grandes exemplos de progresso tecnológico, vive agora uma das piores crises políticas de sua história recente. O presidente Yoon Suk Yeol foi alvo de um processo de impeachment, acusado de violar os limites de sua autoridade ao declarar uma breve lei marcial. As ruas da capital, Seul, foram tomadas por manifestações de ambos os lados: de um lado, aqueles que exigem sua remoção imediata e, do outro, aqueles que clamam por seu retorno ao cargo. O país se divide, a nação se agita, e a incerteza paira sobre a cabeça de milhões de sul-coreanos que esperam pela decisão final do Tribunal Constitucional.
Mas, amados irmãos, será que tudo isso é novo? Não vemos essa mesma batalha de narrativas e disputas de poder em tantas outras nações? O homem, desde o Éden, luta contra sua própria natureza caída, e a política, assim como qualquer outra estrutura humana, reflete essa inclinação. É impressionante notar como os padrões se repetem: uma nação próspera, uma crise política, uma liderança contestada e um povo dividido. Será que não estamos vivendo algo semelhante no Brasil? Não temos visto o nosso país igualmente fragmentado, com irmãos em Cristo separados por opiniões políticas e ideológicas?
Os números dessa crise na Coreia do Sul impressionam. Segundo os relatos, um milhão de pessoas tomaram as ruas para protestar contra o presidente, segundo a oposição, enquanto a polícia estima que foram 43.000 em cada manifestação. O que se vê é uma população inquieta, tomada pela frustração e pelo desejo de que suas vozes sejam ouvidas. De um lado, há quem veja Yoon Suk Yeol como um traidor da democracia; do outro, há os que o veem como vítima de uma perseguição política. Quantas vezes já vimos essa história antes? Quantas vezes os governantes são exaltados como heróis por uns e como vilões por outros?
Diante desse cenário, meus irmãos, não podemos deixar de lembrar das palavras de Cristo: “Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mateus 12:25). A Coreia do Sul enfrenta uma divisão que não é apenas política, mas também moral e espiritual. Os próprios militares se encontram num dilema: deveriam ou não apoiar a imposição da lei marcial? Enquanto isso, a sociedade se parte em duas metades, cada uma acreditando ter a verdade absoluta. Mas será que há verdade na política terrena? Ou será que a verdadeira verdade só pode ser encontrada na Palavra de Deus?
Olhando para esse cenário, podemos aprender algumas lições. Primeiro, devemos lembrar que os líderes são levantados e depostos pela vontade soberana de Deus. Como está escrito: “É Ele quem muda os tempos e as estações; Ele depõe reis e estabelece reis” (Daniel 2:21). Não há governante que esteja no poder sem que o Senhor o tenha permitido. Isso significa que, ainda que não concordemos com os governantes, devemos orar por eles e confiar que Deus está no controle da história.
Em segundo lugar, devemos tomar cuidado para que nossas lealdades políticas não nos afastem de nossa verdadeira cidadania: a celestial. A Coreia do Sul, como qualquer outra nação, verá seus líderes passarem, suas crises virem e irem, seus conflitos serem resolvidos ou reacendidos. Mas a Palavra do Senhor permanecerá para sempre. Nossa esperança não está na política, nos governantes ou nos tribunais terrenos, mas em Cristo Jesus, o Rei dos reis.
Por fim, quero exortar a todos vocês, meus queridos irmãos, a não caírem na armadilha do ódio e da divisão. No Brasil, vivemos tempos igualmente difíceis, onde famílias se desentendem por questões políticas, onde igrejas se fragmentam por causa de ideologias e onde muitos trocam o amor ao próximo pela defesa cega de um lado ou de outro. Mas o Senhor nos chama para algo maior: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Romanos 12:18).
O que acontecerá com a Coreia do Sul nos próximos dias? O Tribunal Constitucional decidirá se o presidente Yoon Suk Yeol será definitivamente destituído ou se retornará ao cargo. As pesquisas mostram que 58% da população apoia o impeachment, enquanto 37% se opõem. Enquanto isso, os protestos continuam, os discursos inflamam os ânimos e o mundo observa. Mas para nós, cristãos, a pergunta que devemos nos fazer não é apenas sobre política, mas sobre o que Deus está nos ensinando através dessa situação.
A Bíblia nos ensina que este mundo é passageiro. Governantes vêm e vão, impérios se levantam e caem, mas o Reino de Deus é eterno. Devemos, sim, estar atentos ao que acontece no mundo, devemos, sim, exercer nosso papel como cidadãos responsáveis, mas jamais podemos nos esquecer de que nossa verdadeira pátria não é terrena, mas celestial. Como diz Paulo em Filipenses 3:20: “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo.”
Portanto, irmãos, em vez de nos perdermos em disputas políticas, que possamos nos unir em oração. Que possamos interceder pela Coreia do Sul, pelo Brasil e por todas as nações do mundo. Que possamos pedir ao Senhor que levante líderes justos, que conceda sabedoria às autoridades e que traga paz às nações. E, acima de tudo, que possamos lembrar que nossa missão é maior do que qualquer eleição ou julgamento terreno: nossa missão é pregar o Evangelho e ser luz em meio às trevas.
Que o Senhor nos guarde, nos dê discernimento e nos fortaleça para que possamos viver neste mundo como verdadeiros embaixadores do Seu Reino.
Com amor e em Cristo,
Com informações Reuters
