
Meus amados irmãos e amigos em Cristo,
Escrevo-vos esta carta com o coração apertado e a alma inquieta diante dos tempos sombrios que se desenham sobre nós. O caso do veterano Adam Smith-Connor, condenado por simplesmente orar silenciosamente próximo a uma clínica de aborto na Inglaterra, não é um fato isolado. É um sintoma alarmante da crescente perseguição à fé cristã no Ocidente. Diante disso, urge que despertemos, pois os sinais são claros: aquilo que um dia consideramos impensável agora se torna realidade. A oração, um dos mais sagrados e inofensivos atos de comunhão com Deus, está sendo transformada em crime.
Meditando sobre essa triste realidade, não posso deixar de recordar as palavras do apóstolo Paulo: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Efésios 6:12). Estamos diante de uma batalha espiritual travada nos tribunais, nos parlamentos e, sobretudo, nos corações endurecidos por ideologias que tentam suprimir a verdade do Evangelho. O secularismo militante, disfarçado de neutralidade, se revela como um mecanismo de exclusão daqueles que professam sua fé.
Se um homem pode ser condenado por simplesmente orar em silêncio, pergunto-vos: quanto tempo até que a leitura da Bíblia se torne um ato subversivo? Até quando poderemos pregar abertamente sobre o amor e a verdade de Cristo sem que sejamos acusados de intolerância? Hoje, são os tribunais britânicos que condenam a oração; amanhã, podem ser as instituições brasileiras que perseguirão os que ousam manter sua fé inabalável.
A liberdade religiosa, caros irmãos, não é uma concessão do Estado, mas um direito inalienável concedido por Deus. O próprio Senhor Jesus nos advertiu: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim” (João 15:18). O que estamos vendo nada mais é do que a repetição da hostilidade do mundo contra os filhos de Deus. Se permanecermos calados, se nos omitirmos, estaremos aceitando que a fé seja empurrada para a clandestinidade.
O Ocidente, outrora berço do cristianismo, agora se volta contra suas próprias raízes. As mesmas nações que enviaram missionários ao mundo todo agora prendem seus próprios cidadãos por exercerem a liberdade de consciência. Essa inversão de valores não é acidental; é o reflexo de um projeto meticulosamente articulado para erradicar qualquer vestígio da moral cristã na sociedade. Mas nós, como atalaias do Senhor, não podemos nos dobrar diante dessa ofensiva. Somos chamados a ser sal e luz, a proclamar a verdade mesmo quando as trevas tentam silenciar nossa voz.
É imperativo que nos levantemos em defesa da liberdade religiosa antes que seja tarde demais. O silêncio e a omissão dos justos são a grande força dos ímpios. Lembremo-nos do que disse o Senhor a Josué: “Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares” (Josué 1:9). Nosso Deus não nos chamou para a covardia, mas para a ousadia da fé.
Devemos, portanto, fazer ouvir nossa voz. A batalha não é apenas de Adam Smith-Connor; é minha, é tua, é de todos nós. Devemos pressionar nossos representantes, denunciar a injustiça, fortalecer nossas igrejas e, sobretudo, permanecer firmes na oração, pois a oração de um justo pode muito em seus efeitos (Tiago 5:16). Não permitamos que a chama da fé seja apagada por aqueles que desejam reescrever as leis e transformar a verdade em delito.
A laicidade do Estado nunca foi sinônimo de censura religiosa. No Brasil, vivemos sob um regime de “laicidade colaborativa”, onde Estado e instituições religiosas trabalham juntos pelo bem comum. No entanto, sabemos que os ataques à liberdade de culto não tardarão a chegar com mais força. Já tentam calar pastores, ridicularizar os cristãos na mídia e impor legislações que minam os valores da família e da vida. O que ocorre na Europa e nos Estados Unidos é um alerta para nós. Se não resistirmos agora, amanhã poderemos ver pais sendo presos por ensinarem a seus filhos os princípios bíblicos, igrejas sendo fechadas sob pretextos burocráticos e cristãos sendo demitidos por se recusarem a compactuar com ideologias antibíblicas.
Meus irmãos, o tempo de permanecer neutro acabou. Não há meio-termo entre Cristo e o mundo. Ou defendemos nossa fé com coragem e dignidade, ou permitimos que nos roubem até mesmo o direito de dobrarmos nossos joelhos diante de Deus. A história nos ensina que quando os cristãos se calam, o mal prospera. Quando os cristãos se omitem, a iniquidade se alastra. Mas quando os cristãos se erguem, em unidade e convicção, Deus opera milagres e transforma nações.
Portanto, exorto-vos: não temais os que podem matar o corpo, mas não podem matar a alma (Mateus 10:28). A luta que travamos hoje é a mesma que os primeiros discípulos enfrentaram diante do Império Romano. Pedro, João, Paulo e tantos outros foram perseguidos, presos e mortos por proclamarem a verdade. Mas sua fé inabalável fez com que o Evangelho chegasse até nós. Se hoje temos o privilégio de ler a Palavra de Deus, é porque homens e mulheres decidiram que a fidelidade a Cristo era mais valiosa do que a própria vida.
Façamos o mesmo. Defendamos nossa fé com firmeza, mas também com amor. Sejamos sábios como as serpentes e simples como as pombas (Mateus 10:16). Respondamos ao ódio com a verdade, à perseguição com perseverança, e ao desespero com a esperança que há em Cristo Jesus. O mundo pode tentar calar nossa voz, mas jamais poderá apagar a chama que arde dentro de nós. E lembrai-vos: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus” (Mateus 5:10).
Que essa carta seja um chamado à ação. Que cada um de vós tome uma posição firme e inabalável pela fé que um dia nos foi dada. Que sejamos vistos não como aqueles que se curvam ao espírito deste século, mas como aqueles que, revestidos da armadura de Deus, permanecem fiéis até o fim. E que, acima de tudo, saibamos que nossa recompensa não está neste mundo, mas na glória eterna ao lado do nosso Salvador.
Que a paz do Senhor esteja convosco.
Com informações Gazeta do Povo